ISSN 2359-5191

17/11/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 111 - Ciência e Tecnologia - Universidade de São Paulo
Metadados tornam-se senha através de inteligência de software
Utilização de técnicas avançadas de aprendizado de máquina possibilita pesquisadores identificarem ladrões e intrusos

Software criado por pesquisadores do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação permite identificar com maior precisão e melhor desempenho fraudes e roubos de senha. Com ele, informações extras, como tempo de digitação fornecem informações únicas.  Em geral, sistemas de segurança identificam apenas o conteúdo das senhas, que são analisadas apenas em termos de conteúdo. Assim, novos horizontes são abertos no entendimento da identificação individual e a segurança para o usuário está em um patamar superior.

De acordo com o professor André Ponce, o software já passou por validação de uso. Ele foi capaz de identificar tentativas de fraude de senha. O software se utiliza de informações sobre as informações, as chamadas meta-informações. No caso das senhas, isso se traduziu com a captação do tempo de digitação dos caracteres. De acordo com o professor, é fácil para um indivíduo treinado identificar senhas digitadas em sua frente, agora "o tempo é quase impossível copiar", afirma.

Assim, a tecnologia identifica o ritmo de digitação e atua em um problema complexo: ao longo do tempo, os indivíduos variam em forma. Esse problema, conhecido na literatura como "envelhecimento do modelo" (ou, template aging), ocorre pelo fato de que ao longo do tempo as pessoas ganham habilidade na digitação de sua própria senha.

As meta-informações tem uma grande flexibilidade de aplicação. A disponibilidade de dados captados nas interações feitas na internet, em conjunto com a disseminação dos smartphones, fez pesquisadores darem mais atenção ao tema.

Um exemplo disso é a possibilidade de utilização de acelerômetros para a identificação de funcionários em grandes indústrias. Sensores de aceleração, os acelerômetros, podem fornecer insumos para, fornecer acesso restrito a determinados funcionários. "É possível detectar o tempo e ritmo de caminhada de uma pessoa, com um acelerômetro preso à cintura", pontua o professor André, "mas caminhar igual outra pessoa, não".

Ponce comentou que recebeu contato de empresa de segurança dos Estados Unidos. Olhar para o padrão de caminhada não é inerente apenas ao setor industrial. Em um campo de guerra, onde é mais difícil de fazer reconhecimento de imagens, a identificação assertiva de soldados poderia dar vantagem competitiva ao país que detenha tal tecnologia.

A pesquisa está publicada e validada com dados acadêmicos. Segundo Ponce, seria ideal que a pesquisa avançasse em indústrias que se predispusessem a fazer uma parceria. "Seria interessante uma indústria se valer desses dados para uma segunda etapa de validação", ressalta. O processo de parceria é incentivado pelo núcleo de pesquisa, e pode ser formalizado via contato nos sites do Amda e do Cemeai.

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