ISSN 2359-5191

25/11/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 116 - Ciência e Tecnologia - Universidade de São Paulo
Baru ganha tempo de vida na terra
Sistema de informação torna economicamente viável disseminação de variedades da planta
Foto: Eduardo Aigner/MDA

A preservação de espécies ganha nova dimensão por conta de um trabalho realizado em parceria com a Universidade de Brasília e a Universidade Federal de Goiás. Utilizando-se da técnica computacional multiobjetivo, o estudo leva em conta um complexo rol de variávels. Custo da terra, o objetivo de manter ao máximo a quantidade de variação da espécie da planta, valor econômico de cada variante da espécie são exemplos de insumos de dados do sistema.

O baru, típico do cerrado, dá mais de 150kg de fruta por safra quando adulto. Tem propriedades em aplicações na indústria farmacêutica e de cosméticos, papel e celulose. Além disso, produz óleo aplicável em sistemas mecânicos. Sua fruta é rica tanto em minerais, como cálcio e fósforo, quanto proteínas variadas.

baru

O ponto chave da pesquisa se dá na questão de aplicar um sentido econômico para manter a biodiversidade. Em diversos casos da história humana, a tendência do setor agrário tendeu a utilizar-se de uma variante da espécie: a que dava mais lucro. A pesquisa colabora com a diversidade do bioma, o que é estratégico para o país e a humanidade em médio e longo prazo.

A combinação leva em conta não só o ponto de vista macro, mas também faz com que sítios de diversas regiões plantem de forma diversa. Por levar em consideração aspectos como retorno financeiro esperado da safra, tamanho do sitio, o sistema poderia eventualmente ser programado como uma espécie de redistribuidor de renda através da plantação.

Muitas vezes, aprendizado de máquina está relacionado ao mundo globalizado e tecnologias de informação e comunicação. Mas o valor da informação, pode ser aplicado em áreas diversas entre si, com impactos inestimáveis. "Ao preservarmos a diversidade garantimos o acesso futuro a uma variedade maior de moléculas", aponta o professor André Ponce, fazendo referência ao benefício implícito da manutenção da biodiversidade do ponto de vista científico.

"Não se sabe onde a ciência pode chegar, mas sabemos que a velocidade de progresso é maior quando temos tipos diferentes de material biológico disponível", complementa, ressaltando o aspecto estratégico do estudo. Conferindo um sentido econômico sustentável para os produtores, a longo prazo, a diversidade passa a integrar o conjunto estratégico de ações dos agentes. Isso significa que a ação pontual de grupos de defesa ambiental ou governamental não são os únicos fatores que vão de encontro à preservação. "A perda de uma espécie, e até mesmo de sua variação, pode ter um valor intrínseco infinito", conclui.

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