No dia 4 de dezembro será realizada a 17º Reunião do Serviço de HTLV (do inglês Human T-cell Lymphotropic vírus) no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, um dos primeiros hospitais a tratar de casos de HIV no Brasil. O evento é organizado por uma comissão de seis médicos e pesquisadores, que fazem parte do Nap-Retrovírus da USP, e o Grupo de Neurociências. Com isso, se pretende debater a doença, que é cercada de desconhecimento, e atinge mais de um milhão de brasileiros, conforme já foi descrito aqui.

O HTLV está associado principalmente à leucemia/ linfoma de células T em adultos e é endêmica em várias partes do mundo, incluindo Sudoeste do Japão, Caribe, África Central e Ocidental, Sudeste dos Estados Unidos e América do Sul. Sendo destaque no Brasil, onde se estima o maior número absoluto de casos.

A programação, que vai das 8 às 18 horas, tem como proposta central agregar diversas linhas de estudo. Por isso, conta com a apresentação de pesquisadores, que foram previamente selecionados, para discorrer acerca de um dos temas: virologia básica, Biologia Molecular, tratamento e diagnóstico, doenças oportunistas, Epidemiologia, Filogenética/ evolução, cuidado multidisciplinar e outros retrovírus (como por exemplo, o HIV). Dessa forma, é pretendida uma integração de conhecimentos básicos e avançados.

Serão abordados assuntos tal qual a origem e disseminação do vírus, os aspectos psicossociais dos pacientes, os riscos de transmissão sexual e materno-infantil, e coinfeção. Discute-se sobre novidades no campo das técnicas do tratamento e diagnóstico.

O pesquisador Jorge Casseb, que faz parte da Comissão Organizadora, estudou doenças infecciosas no Emílio Ribas nos anos 90 e foi o responsável pelo ambulatório de HTLV no hospital por 11 anos. Ele acredita que reuniões que como esta podem resultar em melhorias, a partir das discussões, no cuidado da saúde de pessoas infectadas por retrovírus. Além disso, visa capacitar profissionais na utilização das tecnologias de investigação e no aprimoramento a assistência aos pacientes.

Dentre os expositores, alguns são professores de fora da cidade de São Paulo, tal como Carlos Brites de Salvador- BA, Fernando Tenório Gameleira de Maceió- AL e Simone Kashima Haddad, de Ribeirão Preto- SP.

Casseb considera que "a integração de profissionais com diferentes especialidades contribui para o desenvolvimento científico-tecnológico do País", o que significaria um progresso no atendimento clínico, diagnóstico e tratamento.