ISSN 2359-5191

16/12/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 130 - Ciência e Tecnologia - Universidade de São Paulo
Inteligência artificial assume atividade arriscada a seres humanos
Drones fazem trabalho de forma otimizada e ainda poupam humanos de risco

Em colaboração conjunta com a Universidade do Porto e a de Montpellier, foi construído com baixo custo um modelo de drone que espalha pesticida de forma eficiente. Essa forma de dispêndio automático de pesticida evita desperdícios para fora da fazenda, em florestas, ou fazendas vizinhas. O drone é autorregulado, avalia através de sensores as condições do ambiente em tempo real.

Atualmente o projeto está em pleno vapor já que o desenvolvimento tecnológico não pára. Drones ainda representam uma etapa em um processo em que menos representa mais. A automatização representa uma nova relação entre ser humano e máquina. "Máquinas atuam ferramenta de apoio, já que liberam seres humanos de trabalhos manuais perigosos ou monótonos", diz o pesquisador André Ponce.

A diferença é impactante, uma vez que o custo de drones é irrisível se comparado a um trator ou avião. Somado a isso, um drone não precisa ser operado, apenas programado. Em termos práticos, isso significa mais segurança no trato de substâncias tóxicas. No caso de uso de drones, elas não serão liberadas em presença humana.

Além disso, a aprendizagem de máquina atua em uma questão complexa: a dosagem.

O sistema faz a atualização da rota com base no cálculo do vento em tempo real e a possibilidade de operação em baixas altitudes. Ele atua na rota, caso tenha que se desviar do vento, e também para não desperdiçar pesticida. O software calcula com base nas informações dos sensores a área percorrida.

Além disso, faz o monitoramento da própria bateria: ele volta para recarregar. Essa funcionalidade apresenta resultado dinâmico, pois depende de variáveis exógenas: vento, peso carregado, e até a umidade do ar pode afetar.

Por enquanto o projeto envolve apenas um drone. A ideia é que no futuro, vários atuem em um sistema conjunto, em função da extensão da área, caso envolvessem dois drones ao mesmo tempo, pois exigiria uma melhor coordenação geolocalizada de drones, a partir de delimitação de subterritórios virtuais. Mas se os territórios fossem dinâmicos, questões de eficiência e otimização adicionais surgiriam no sistema. Além disso, abre oportunidade para aplicação de meta-aprendizado, que um algoritmo que aprende com sua auto-execução.

O pesquisador André Ponce ressalta que a última palavra deve ser sempre do ser humano, mesmo havendo aprendizado da máquina. O potencial do ser humano está no uso da criatividade, manifestações de arte e filosofia. Senso e capacidade de resolver problemas envolvem outros tipos de inteligência que ainda estão distantes da realização de uma autonomia artificial.

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