ISSN 2359-5191

27/01/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 2 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Vídeo-mapa promove a navegação cartográfica acompanhada por vídeo
Sistema híbrido foi utilizado para análise de qualidade de placas e ficalização ambiental
USP Imagens

Pesquisador da Escola Politécnica desenvolveu um sistema híbrido de vídeo-mapa que mostra percurso feito por carro ou avião em vídeo ao mesmo tempo em que o identifica em um mapa ao lado. Carlos Henrique Simões construiu o software a baixo custo, que está sendo utilizado para a identificação visual do sistema de sinalização vertical de trânsito, no âmbito terrestre, e para a identificação de questões ambientais no âmbito áereo. O telespectador consegue, ao mesmo tempo em que assiste ao vídeo, identificar informações como data, hora, sistema de latitudes e longitudes e velocidade, tudo isso enquanto acompanha o trajeto na interface do Google Maps.

O objeto híbrido, denominado como vídeo-mapa por Simões, pretende ajudar o usuário mostrando a ele o percurso em imagens enquanto é identificado em um mapa ao lado. O sistema permite a quem o usa saltar de um ponto a outro do filme por meio da seleção do local do trajeto correspondente. Dessa forma, o usuário consegue acompanhar e observar apenas as partes que lhe interessam. A ideia já existia em outros países, mas Simões quis construir algo nacional, e daí nasceu a tese.

O software foi utilizado de duas formas durante a pesquisa. A primeira delas foi em meio terrestre. O propósito era inventariar e verificar  a qualidades do complexo de placas de trânsito, capturando imagens durante o percurso e depois analisando cada uma delas. A partir de um cálculo geométrico aplicado ao posicionamento da câmera no veículo, é possível visualizar todas as sinalizações presentes na rua enquanto se assiste ao vídeo. Dessa forma, conseguiu-se capturar as imagens, devido ao uso de uma câmera de boa qualidade, e armazenar tudo em um campo de dados, ao mesmo tempo em que uma classificação qualitativa das situações das placas é informada também.

Já na área ambiental, desenvolveu-se o GeoRTA, um sistema de vídeo-mapa que acompanha toda a extensão do reservatório de Jupiá. Ele está sendo utilizado pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp) para monitorar as margens das hidrelétricas lá presentes. Nesse caso, a captura de imagens foi feita através de um helicóptero, de forma inclinada para melhor visualização da situação. O sistema foi encomendado para que um supervisionamento da situação de cheias e secas do rio possa acontecer. Além disso, ele também está sendo usado para verificar limites de propriedade entre os vizinhos da reserva, irregularidades na deposição de esgoto feita por moradores locais, problemas com processos erosivos, situação da mata ciliar, identificação dos locais onde ocorre piscicultura (criação de peixes), além do reconhecimento de passagem de dutos e outras vias como linhas elétricas. Para visualizar as imagens, basta acessar o menu interativo principal e selecionar a área que você deseja assistir.

Para a construção do software, Simões pesquisou classes de videoplayers e de mapas, para então criar a base de classe para o vídeo-mapa, que herda atributos das duas classes anteriores, as quais já possuíam tecnologia existente. Com a intenção de se utilizar as tecnologias mais modernas que existem no momento, o software foi planejado para ser acessado, segundo o pesquisador, através de uma intranet ou de uma extranet, sendo, também, intuitivo e multitemporal, ao mesmo tempo em que suas informações são armazenadas de forma segura e utiliza-se dos serviços de mapas que estão disponíveis. Foi por isso que Simões buscou desenvolver o software junto de APIs do Google Maps. Segundo ele: “Teve toda uma parte de desenvolvimento, de análise de programação para desenvolvimento da interface utilizando essas APIs.”

A pesquisa baseou a construção do sistema em um experimento parecido no Canadá, e usou para os dois processos, basicamente, sensores que conseguem captar dados, seja através da emissão de uma nuvem de satélites, como é o caso do GPS, seja através do sensor de uma camêra ou até mesmo de um celular. Depois, era preciso escolher um veículo de movimentação e aplicar tudo isso à interface que serve de modelo para o vídeo-mapa. Dessa forma, cria-se um sistema personalizado para cada tipo de uso. Para Simões, o que ele pretendia com a pesquisa era realmente trazer a tona esse conhecimento no país, sem que precisasse gastar muito com isso: “A minha ideia era que com a minha tese, outros poderiam estar desenvolvendo outras interfaces, ou pelo menos eu pudesse estar orientando para onde existem esses tipos de interfaces para, dessa forma, que outros conseguissem usar.”

Leia também...
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br