ISSN 2359-5191

08/05/2007 - Ano: 40 - Edição Nº: 15 - Economia e Política - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
Especialista fala sobre dificuldades da China

São Paulo (AUN - USP) - Segundo Svend Remoe, economista norueguês e executivo da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a China tem metas claras estabelecidas nas mais diferentes áreas da economia, mas ainda enfrenta dificuldades em implementá-las. Remoe esteve recentemente no Brasil a convite da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e deu palestra na Faculdade de Economia e Administração (FEA) sobre políticas de tecnologia e inovação, sua área de especialidade. “Assim como no Brasil, a China tem dificuldades em simplificar”, disse Remoe.

Responsável por estudo da OCDE sobre sistemas e políticas de inovação na China -- gigante asiático que cresce a níveis invejáveis há anos e desperta a atenção do mundo devido à dimensão de sua economia – Remoe disse que o aumento de investimentos no país foi considerável, principalmente na área de tecnologia, mas que “eles [os chineses] precisam pensar não somente em tecnologia, mas também em como absorver a enorme população rural do interior”.

O governo chinês estabeleceu como meta para 2014 o investimento de pelo menos 2,5% do PIB em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento). Hoje, esse número é por volta de 1%.

O conhecimento não só tecnológico, mas difundido entre as mais diferentes áreas, torna-se fundamental para a solidificação de políticas de inovação na economia de um país, defendeu Svend Remoe. Mas esse fator não pode ser considerado isoladamente.

Remoe explicou os chamados “Paradoxos sueco e norueguês”. Na comparação feita entre esses dois países escandinavos, ele apresentou números que atestam o forte investimento sueco em P&D, consideravelmente maior em proporção que o investido pela Noruega no mesmo setor. Entretanto, são os noruegueses que apresentam maiores índices de inovação tecnológica.

Para explicar tal situação, o especialista defende que é importante não só investir nos estudos de tecnologias inovativas, mas também garantir comunicação efetiva entre setores de pesquisa, o meio acadêmico e o mercado econômico. “Torna-se imperativo distribuir ciência e conhecimento por todas as áreas da economia”, disse ele.

Dificuldades de transparência

Entre as barreiras reconhecidas não só no mercado chinês, mas em todos aqueles que encontram dificuldades de implementação de políticas de inovação, está a presença de forte segmentação da economia e a falta de capacitação para explorar oportunidades de entrelaçamento de políticas comuns a diferentes áreas.

No caso específico Chinês, Svend salientou o difícil acesso a dados econômicos confiáveis, já que agências independentes e organismos internacionais tem atuação limitada no país. O governo de Pequim tem forte controle sobre todos os dados econômicos divulgados ao mundo.

“A China enfrenta problemas ao avaliar seu próprio sistema. É muito difícil para eles (chineses) aceitar opiniões de cientistas e setores industriais que têm pontos de vista diferentes dos oficiais, e assim o statos quo tende a permanecer imutável”, disse Remoe.

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