São Paulo (AUN - USP) - Informações regionalizadas são a saída para uma cobertura de agronegócios mais eficiente. Segundo Carlos Raíces, Diretor Adjunto de Pojetos Editoriais do jornal Valor Econômico, é necessário que cada região crie seus próprios meios de comunicação para divulgar os dados específicos de sua agropecuária.

No debate "O jornalismo no agronegócio brasileiro: do preço do boi ao mercado de crédito de carbono" promovido pelo Pensa (Centro de Conhecimento em Agronegócios) e a Faculdade de Economia e Administração da USP (FEA), Raíces afirmou que a qualidade das informações é muito baixa, e que centros de informações regionalizados, criados principalmente por cooperativas, ajudariam na cobertura do agronegócio.

Os jornais interioranos, porém, tentam seguir os passos das grandes publicações nacionais e acabam considerando a cobertura do agronegócio como menos digna ou “menor”. Deixam de lado, segundo Raíces, de ajudar uma segmentação que há muito tempo vem perdendo espaço para a internet.

Isso porque o mundo virtual consegue se atualizar mais rapidamente em termos de cotação e mercado, o que deixa as publicações impressas com papel de cobrir assuntos mais profundos que ultrapassam o jornalismo por telefone e apenas na redação. Mas como fazer isso sem informações sobre as especificidades da agropecuária de cada região, das cidades pequenas?

Falando ainda sobre a cobertura jornalística do agronegócio, Raíces afirmou que falta aos jornais uma visão mais ampla do segmento. O jornalista, segundo ele, precisa fazer conexões, amarrar pontas, criando um texto acessível e pertinente para todos. Dessa forma, Raíces acredita que as matérias sobre o agronegócio se pulverizariam em todos os outros cadernos de um jornal.

Raíces também ressaltou alguns dos assuntos que ganham importância na cobertura do agronegócio como bioenergia, créditos de carbono, sustentabilidade, trangênicos e barreiras sanitárias. Salientando que essa segmentação nunca esteve tão ligada a questões ambientais.

Para uma cobertura moderna do agronegócio, Raíces acredita que os jornais devem proporcionar uma comunicação maior com seus leitores, fornecendo mais análise e informação de confiança.