São Paulo (AUN - USP) - Entender melhor como funcionam os movimentos do idoso é o objetivo principal das pesquisas da equipe do professor Marcos Duarte, da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFE-USP). Para tanto, Duarte conta com um laboratório com modernos equipamentos e tecnologia única no mundo.

A preocupação com os movimentos dos idosos deve-se a pesquisas que apontam quedas e suas consequências como a principal causa de mortes entre as pessoas com mais de 65 anos. Segundo Rogério Hirata, estagiário do laboratório do professor Duarte, ainda não são compreendidos integralmente os movimentos dos idosos. Visto isso, os estudos procuram inicialmente compreender a movimentação das pessoas com mais de 65 anos para após começar uma série de pesquisas tendo em vista a melhora da capacidade de equilíbrio do idoso.

A tecnologia é um dos destaques do laboratório de Duarte. Munido de equipamentos sem igual no planeta, o laboratório consegue detectar o ponto exato em que uma pessoa perde seu equilíbrio, quando flexionando seu corpo. Um dos equipamentos utilizados no laboratório é a Plataforma de Força. A Plataforma consiste numa base com sensores em que uma pessoa permanece de pé sobre ela. Os sensores se encarregam de fazer a medição das forças que o corpo exerce sobre a superfície onde está. Pelos movimentos da pessoa, a Plataforma consegue precisar uma área chamada de base de sustentação, uma superfície que limita as possíveis variações do centro de equilíbrio do corpo. A principal inovação dos equipamentos do laboratório do professor Duarte está na exibição do deslocamento do centro do equilíbrio do corpo em tempo real para o paciente, que pode com isso controlar seus movimentos para evitar o desequilíbrio.

Rogério Hirata destaca que os idosos tendem a perder o potencial de equilíbrio principalmente porque perdem a força nas articulações do tornozelo, e os equipamentos do laboratório são capazes de definir com precisão com qual intensidade de força que os tornozelos já não são mais capazes de manter o equilíbrio da pessoa. Através desses estudos, aponta o estagiário, poderão ser desenvolvidas técnicas para que o próprio idoso se exercite para aprimorar sua capacidade de equilíbrio, com a possibilidade de ele mesmo verificar as variações do seu centro de equilíbrio.

As pesquisas atualmente têm como pacientes pessoas de diversas idades, para que se possa comparar a movimentação de idosos com a de adultos e crianças. Com isso, a intenção é se verificar qual o padrão nacional de equilíbrio. Mas para o futuro a intenção do laboratório é intensificar o estudo com idosos, com mais ênfase para os que apresentam debilitações no movimento.