São Paulo (AUN - USP) - O projeto Envelhecer Sorrindo, responsável pelo atendimento odontológico de pessoas com mais de 60 anos de idade, pretende abordar a geriatria não apenas relacionada à Odontologia, quer atender a questão do envelhecimento com uma abrangência cada vez maior. Desenvolvido no Departamento de Prótese da Faculdade de Odontologia da USP, o projeto deseja alcançar esses objetivos através da construção de um Centro de Convivência e Reabilitação para Idosos.
Criado com o apoio da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária, em 1999, Ano Internacional do Idoso, o projeto conta com a ajuda de psicólogos, fisioterapeutas, psiquiatras, fonoaudiólogos e assistentes sociais para buscar uma melhoria na qualidade de vida da terceira idade. As necessidades da população idosa fizeram com que fosse ampliado, tornou-se uma ONG – Organização Não Governamental – expandindo os objetivos iniciais para abranger a área global da saúde, não apenas a Odontologia.
Com o Centro de Convivência e Reabilitação para Idosos, estes poderiam realizar atividades físicas, coral, horta comunitária culinária e orientação sobre doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, colesterol e catarata. “Seria possível fazer atendimentos durante todo o dia”, afirma Maria Luiza Moreira Arantes Frigerio, uma das coordenadoras do projeto e docente do Departamento de Prótese. “No local, os idosos também poderão interagir com as outras gerações”, ela diz.
Ainda no campo da Odontologia o Envelhecer sorrindo pretende começar a atender pacientes idosos que não têm como ir até o local onde são realizadas as nossas atividades clínicas, pois o projeto entende que essas pessoas institucionalizadas têm também o direito de receber um tratamento odontológico que lhes permita ter uma qualidade de vida melhor.
“Na terceira idade, a perda de dentes significa dificuldades para alimentação e fala, além de excluir as pessoas dessa faixa etária do contexto social, o que pode favorecer uma alteração de comportamento e levar a um processo demencial”, diz Maria Luiza.O trabalho de reabilitação oral ajuda a melhorar a alimentação do idoso, proporcionando mais saúde, qualidade de vida e o convívio com a sociedade.
Um exemplo de relação entre diferentes áreas médicas é a presença de fonoaudiólogos que tem como função auxiliar os pacientes a lidarem com o período de adaptação de suas próteses. “A perda dos dentes e a posterior colocação da nova prótese provocam alterações dos músculos envolvidos com a mastigação e com a fala, que muitas vezes precisam ser estimulados”, ressalta Maria Luiza.
O atendimento odontológico é realizado por uma equipe de 12 dentistas formados que são auxiliados por alunos de graduação em Odontologia. Em média, são realizados 60 atendimentos por semestre em ambulatório. Os pacientes que recebem próteses são orientados quanto à sua higienização e conservação.