ISSN 2359-5191

16/06/2008 - Ano: 41 - Edição Nº: 54 - Sociedade - Escola Politécnica
Leonardo da Vinci, artista, engenheiro e cientista

São Paulo (AUN - USP) - A vida de Leonardo da Vinci foi tema de uma das palestras que integraram o mês das artes da Escola Politécnica da USP (Poli). Deniol Tanaka, professor de Engenharia Mecânica da Poli, apresentou grandes curiosidades sobre o italiano considerado um dos maiores gênios na história. A apresentação pretendia debater o trabalho de da Vinci em todas as áreas em que atuou.

Além da biografia de da Vinci, Tanaka expõe traços da personalidade do inventor, algumas de suas ambições e até alguns temores. Fatos curiosos e descobertas recentes a respeito da vida do mito também não foram deixados de lado. Um exemplo disso foi a lenda de que o corpo de Leonardo da Vinci não estaria na tumba porque essa teria sido violada anos após sua morte para que o caixão fosse usado como matéria-prima para balas de canhão. Como os caixões daquela época eram feitos de chumbo, muito necessário em períodos de grandes guerras, eram comumente utilizados para esse fim. O corpo de da Vinci teria sido jogado em uma vala comum e é procurado por pesquisadores até hoje.

Dentre os fatos descobertos recentemente sobre a vida de da Vinci, Tanaka explica toda a seqüência de acontecimentos que permitiu a cientistas desmentirem a origem camponesa de sua mãe. Em 2005, um antropólogo da Universidade de Kent iniciou sua pesquisa sobre as impressões digitais nas obras de da Vinci. Encontrou nelas mais de 200 fragmentos que foram atribuídos a da Vinci, mas por estarem incompletos não foram de grande utilidade. Algum tempo depois, no entanto, uma impressão digital completa foi encontrada em seu quadro “Dama com um arminho”. Após analise do material o antropólogo afirmou que essa impressão digital apresenta características que a distingue da forma típica da maioria das raças e a especifica como própria de alguém com ascendência árabe.

Em 9 de abril deste ano Agnese Sabato, pesquisador, e Alessandro Vezzosi, diretor do Museu Ideale de Vinci, publicaram dois livros a respeito da vida de Leonardo da Vinci. Um deles, intitulado “Was Leonardo’s mother a slave?” traz a possibilidade de sua mãe ser uma escrava. O livro não se baseia somente nas conclusões do estudo das digitais de da Vinci mas também em documentos encontrados a respeito de uma escrava libertada que teria sido dada ao pai de Leonardo. O fato, publicado inicialmente em uma matéria de um importante jornal italiano, não foi citado por nenhum jornal brasileiro.

A mãe de da Vinci se casou com outro homem logo após seu nascimento e criou apenas seus meio-irmãos, deixando-o sob responsabilidade do avô. Segundo Tanaka, da Vinci que não pôde nem freqüentar a universidade por ser um filho ilegítimo, sofreu com o desprezo da mãe. Freud escreveu mais tarde até um tratado que fala sobre um complexo que batizou com o nome de Leonardo. Esse complexo explicaria o fato de Leonardo da Vinci nunca terminar suas obras devido ao trauma de infância ligado à figura materna.

Alguns historiadores da arte renascentistas, no entanto, afirmam que era o perfeccionismo exagerado que o impedia de finalizar suas obras. Porém, também há aqueles que afirmam ainda que o artista nunca terminava qualquer obra por acreditar que só Deus era capaz de atingir a perfeição da obra acabada. “Muito do que vi estudei, desenhei e pintei, todavia meu trabalho está incompleto”, teria admitido da Vinci já próximo de sua morte em 1519.

Para Tanaka, como as coisas que idealizava e construía não funcionavam então ele testava e projetava novos dispositivos. Como estes também falhavam fazia um novo projeto que gerava certo ciclo de invenções e por isso jamais conseguia terminar o que começava. Isso permitiu que ele criasse tantas coisas ao longo de sua vida. “Ele foi incompetente enquanto engenheiro e artista, um verdadeiro fracassado, porém brilhante como cientista”.

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