São Paulo (AUN - USP) - Pesquisas ao redor de todo o mundo estudam a fusão termonuclear – processo que ocorre dentro das estrelas e que acarreta grande liberação de energia, sendo considerado uma fonte inesgotável e consistindo-se em uma possível alternativa energética para as próximas gerações. As vantagens e desvantagens desse método foi o que discutiu o professor Álvaro Vanucci, do Departamento de Física Aplicada da USP, em palestra recente, no Museu Paulista da USP.
As estrelas são compostas por átomos de hidrogênio, no estado de plasma. É nesse estado que ocorrem fusões no núcleo deste átomo, transformando-o em hélio e liberando uma quantidade imensa de energia - a chamada fusão termonuclear. Estudos em todo o planeta procuram estudar esse processo, para controlá-lo através do confinamento magnético da substância – “(...) quando for possível este controle, a humanidade terá a sua disposição uma fonte praticamente inesgotável e limpa de energia”, explica o professor. Contrapondo-se a outras fontes de energia, como o vento, o sol, a biomassa etc, a energia nuclear seria contínua, abundante e não dispersa.
A energia obtida através da fusão nuclear possui diversas vantagens, principalmente, ambientais: ela não produz variações no clima, não possui agentes poluidores da atmosfera, como o gás carbônico, e seus detritos não se acumulam ao longo do tempo. Porém, esse ainda não é um processo totalmente aceito, devido à dúvida em relação aos gastos econômicos que ele demanda e aos investimentos que exige. Dentre as alternativas para geração de energia, essa é talvez a mais cara, pelos cuidados necessários com a segurança na produção e no manejo das substâncias, bem como no armazenamento a curto e longo prazo, dos resíduos radioativos e a prevenção de acidentes.
Além disso, o investimento para a efetivação dessa tecnologia, seria ainda maior, devido à necessidade de capacitação de profissionais para atuar na área. Sabe-se que não temos número suficiente de pessoas especializadas para trabalhar com energia nuclear, no Brasil. Todos esses aspectos favoráveis e desfavoráveis à utilização desse tipo de energia, aquecem o debate causado na mídia, entre pesquisadores do ramo e os possíveis investidores.
O debate foi parte do ciclo de ensino “Física para todos: para entender a Física na atualidade” promovido pelo Instituto de Física da Universidade de São Paulo, para o público que tiver interesse.