ISSN 2359-5191

05/07/2002 - Ano: 35 - Edição Nº: 13 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Pesquisador explica interferências eletromagnéticas no dia-a-dia

São Paulo (AUN - USP) - Em casa, enquanto a tevê está ligada na sala, alguém usa o liqüidificador na cozinha. É um passo para quem vê tevê reclamar que a imagem está cheia de chuviscos e que, por isso, não consegue mais assistir a seu programa. O que ocorre nessa situação é uma interferência eletromagnética.

Mas, afinal, por que as interferências acontecem? Cada equipamento tem seu limite de exposição às interferências eletromagnéticas, assim como as pessoas têm tolerâncias diferentes a luz solar. Segundo o pesquisador Carlos Sartori, do Laboratório de Eletromagnetismo Aplicado (LMAG) da Escola Politécnica da USP, em outras palavras, cada aparelho tem um nível de imunidade para determinados tipos de fenômenos.

É importante estudar as interferências eletromagnéticas para saber quando e porque elas podem ocorrer. Se a antena de uma rádio, por exemplo, for muito potente, impedirá que os ouvintes sintonizem outras rádios. Do mesmo modo, os freios ABS do carro devem estar adequadamente regulados, senão pode ocorrer um acidente com motorista por causa de uma interferência em algum sinal elétrico. Por fim, nos hospitais, as faíscas emitidas pelo bisturi eletrônico podem interferir nos equipamentos que monitoram as funções vitais do paciente.

No passado, um exemplo de interferência foi quando a Inglaterra perdeu um destroyer em 1982, na Guerra das Malvinas. O sistema de comunicação do navio não funcionava em conjunto com o sistema de rastreamento de mísseis. Enquanto era feita uma comunicação, decidiu-se desligar o sistema antimísseis. Nesse período, um míssil Exocet foi lançado pela Argentina e atingiu o navio.

Hoje em dia, há maior probabilidade de ocorrer interferências, porque os aparelhos eletrônicos estão mais compactos, isto é, diminuíram de tamanho e tornaram-se, portanto, mais sensíveis. Paralelamente a isso, a engenharia passou a se preocupar mais com a compatibilidade eletromagnética e a estudar seus mecanismos.

Diversas organizações especializaram-se em normatizar o nível de interferências eletromagnéticas. Na Europa, por exemplo, só podem ser vendidos aparelhos de acordo com as normas da IEC (Internacional Electrotechnical Commission) desde 1996. Aqui no Brasil, há a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). São dois os objetivos dessas entidades em relação às interferências. O primeiro é o verificar o "controle da poluição", isto é, o quanto um aparelho pode atrapalhar outros equipamentos, ao passo que o segundo é a imunidade, ou seja, o quanto um aparelho pode suportar de interferências.

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