ISSN 2359-5191

21/09/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 59 - Saúde - Faculdade de Medicina
Brasil tem potencial para produzir vacina contra a malária

São Paulo (AUN - USP) - Em Seminário na Faculdade de Medicina, o professor Victor Nusssenzweig e a professora Ruth Nussenzweig abordaram as dificuldades e as possibilidades do desenvolvimento de uma vacina efetiva para a erradicação da malária. Depois de uma temporada no Instituto Pasteur, em Paris, os especialistas em vacinas contra essa doença voltam à USP para coordenar novas pesquisas.

A pesquisa por uma vacina é uma preocupação da ciência desde o início do século XX. O governo americano foi um dos primeiros interessados em desenvolver um tipo efetivo, que foi utilizado para imunizar soldados durante a Guerra do Vietnã. Através de pesquisa, chegaram ao tipo RTS-S, que protege de 30 a 50% das pessoas. Atualmente, estão fazendo os ensaios finais que acontecerão em crianças de áreas endêmicas da África.

Outro tipo de vacina está sendo estudado, que utiliza esporozoitos – forma apresentada pelo plasmódio, parasita causador da malária, no corpo humano – com mutações provocadas por radiação. Sua última versão desenvolvida tem se mostrado efetiva. Entretanto, conta com alguns problemas que tornam impossível usá-la para a erradicação da malária. Entre eles está a dificuldade de aplicação e de conservação, que deve ser o congelamento – algo impensável para utilizá-la na África, por exemplo.

O professor Victor Nussenzweig foi responsável, nos anos 80, por promover um dos maiores avanços da área. Em pesquisa junto com sua esposa, Ruth, descobriu que uma proteína presente no próprio parasita conseguiria gerar uma resposta imunológica no corpo humano, ou seja, estimula a produção de anticorpos contra o plasmódio.

Pensando em novas possibilidades para a elaboração de uma vacina viável, Nussenzweig apresentou a idéia do uso dos vetores – ou vírus – desativados da febre amarela ou do sarampo para fazer um booster da vacina(segunda dose que dá a certeza de que a primeira foi efetiva) . Trata-se de fazer uma modificação genética nesses vírus e usá-los para infiltrar os reagentes da vacina. Segundo ele, essa manobra aumentaria a penetração, permanência e a resposta imune da vacina.

Um desafio para os pesquisadores é diminuir a reincidência da malária. De alguma forma desconhecida, os moradores de áreas endêmicas são acometidos pela doença por repetidas vezes, sem desenvolver os anticorpos específicos. Para isso, estuda-se o desenvolvimento da vacina a base de plasmódio Vivax. Ela elimina as formas sexuadas do parasita, interrompendo sua transmissão e as recaídas da doença. Para Nussenzweig, o Brasil tem capacidade para produzi-las. O Instituto Butantã, da USP, já chegou a fabricar nove mil exemplares.

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