ISSN 2359-5191

09/10/2009 - Ano: 42 - Edição Nº: 70 - Sociedade - Escola de Comunicações e Artes
Professor valoriza formação em jornalismo

São Paulo (AUN - USP) - O professor Ciro Marcondes Filho da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP lançou, recentemente, durante encontro realizado no Departamento de Jornalismo e Editoração (DJE) da ECA, os livros “Ser Jornalista – O desafio das tecnologias e o fim das ilusões” e “Ser jornalista – A língua como barbárie e a notícia como mercadoria”. Em meio às discussões sobre a queda da exigência do diploma, as obras visam discutir a profissão, valorizando o debate acadêmico em torno da atuação do jornalista.

“O ‘Ser Jornalista’ é uma reunião das minhas principais publicações na área. Há, num dos volumes, um texto sobre Karl Kraus, um importante crítico da imprensa de Viena, tratando também do contexto brasileiro do jornalismo de informação”, explica Marcondes Filho.

O professor ressalta, com a publicação de trabalhos acadêmicos, que a relevância da Universidade está em resgatar o debate que não há numa redação. “Quando você sai da faculdade de jornalismo acaba entrando naquela roda-viva da produção diária de notícias, pressionado pelo tempo e pela velocidade”, comenta. “Os jornalistas não são os mais interessados em discutir a própria profissão, o que é lamentável. Portanto, cabe a nós fazer essa discussão para intervir um pouco no que faz a imprensa brasileira”.

Marcondes Filho minimiza o impacto que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) terá nas redações. “O diploma já não existia de forma exclusiva. As empresas tinham um percentual que poderia ser contratado sem ele. Nos últimos tempos, não era exigência absoluta. E há uma série de profissões que não exigem diploma, mas, mesmo assim, a formação pesa”. Além disso, ele refuta a posição, defendida por alguns dos juízes, de que o jornalismo possa se tornar um curso técnico.

Quatro lançamentos
As referidas publicações tratam o trabalho do profissional da área como algo aguerrido, ético e ainda versam sobre a desilusão que muitos sofrem ao perceber o limite de sua capacidade de ação. “A imprensa não é, de forma alguma, um instrumento que vai transformar o País. Quando se faz uma escola de jornalismo, tem-se um pouco dessa ilusão. Dificilmente há independência numa redação de jornal. Mas o jornalista possui uma posição estratégica muito importante: ele está num ponto de passagem entre o conjunto geral da política e a opinião pública, como uma torneirinha que abre ou fecha”.

Ao mesmo tempo, o professor publicou também um “Dicionário da Comunicação” e lançou “Olhares”, com textos produzidos pelo Núcleo José Reis de Divulgação Científica, em parceria com Glória Kreinz e Clodowaldo Pavan, morto em abril desse ano.

O dicionário não está voltado para o debate acerca do jornalismo, mas da comunicação em geral, e o professor afirma desconhecer outra obra do tipo na área. “A editora (Paulus) me fez o convite, contatei pessoas importantes no Brasil ligadas à área e eles desdobraram o convite a outras pessoas. Criou-se uma rede incorporando os principais temas, que são sempre abordados de uma forma muito aleatória, sem muita densidade. A intenção do dicionário é organizar a área de comunicação, organizar os conceitos, as tecnologias e as idéias, as quais me parecem um pouco dispersas por aí”.

Já o livro “Olhares”, único que não foi publicado pela Paulus, é uma coletânea de textos de professores, jornalistas e estagiários e alunos do Núcleo José Reis, coordenado por Glória Kreinz. “A idéia é sempre colocar tudo em movimento. Não adianta pensar sobre notícias e não publicar. Publicamos sempre que podemos”, diz ela, ressaltando a constante publicação de informativos e conteúdos via Internet pelo Núcleo.

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