São Paulo (AUN - USP) - Wiliam Bonner, apresentador do Jornal Nacional (JN), assinou recentemente o contrato em que cedia para a Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP o dinheiro ganho com os direitos autorais do seu livro Jornal nacional: Modo de Fazer. Na data, foram doados à reitoria da universidade R$ 58.965,75. Abatidos os impostos, chegaram a ECA cerca de R$ 45 mil.

Bonner veio à ECA recentemente para assinar o termo de compromisso e fazer uma palestra sobre o livro. Na obra, o jornalista conta como a equipe seleciona as notícias que devem aparecer no telejornal, descreve aspectos técnicos do programa, conta histórias de situações especiais e comenta o episódio em que comparou os telespectadores ao personagem Homer Simpson.

O livro foi lançado no dia 3 de novembro. Os direitos correspondem a 15% do preço de capa. Devido à burocracia da USP, o dinheiro demorou 20 dias para chegar na ECA. "Eu achei rápido, comparando com tempo comum", diz Fernanda Mattos, da diretoria da Escola. Foram descontados 27,5% da doação original de Bonner, correspondente a dois impostos: o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.

Segundo o diretor da escola, Mauro Wilton de Souza, esse dinheiro será doado ao Departamento de Jornalismo e Editoração da escola. No departamento, o dinheiro deve ser usado para reformar os laboratórios de redação, rádio e televisão. Atualmente, faltam aparelhos e há muitos equipamentos ultrapassados. Bonner estudou poucas matérias lá, já que se graduou em Publicidade e Propaganda.

"Esse livro é minha contribuição para a academia, porque quem vai ler vai entender perfeitamente como é feito o JN", disse Bonner durante a palestra. "No meu entender, ele eleva o padrão de discussão sobre o jornal e a Globo".

Na opinião de Plínio Martins Filho, professor de Editoração e diretor da Editora da USP, Bonner conseguiu um bom acerto com a Globo Livros e seu livro vendeu muito bem. "A média mundial de direitos autorais é 10%". Para Martins, o livro faz tanto sucesso porque foi bem divulgado e por ter sido escrito por alguém muito conhecido. "A personagem do autor também ajuda a vender", explica. "Quando alguém vai comprar um livro sempre opta pelo autor que já conhece. Qualquer editor gostaria de ter um nome conhecido como o dele em seu catálogo".

Atualmente a obra é a 16ª mais vendida na categoria não ficção, no ranking do site Veja.com.