São Paulo (AUN - USP) - Em 2029, não podemos ter 100 a 1000 vezes a capacidade atual de circulação de Informações na Internet. Segundo o trabalho apresentado recentemente no Instituto de Física da USP pelo pesquisador Hugo Fragnito, da Unicamp, a rede de fibras óticas não suportará o crescimento de transmissão de dados na rede.
Fragnito explica que “hoje utilizamos 40 lasers numa fibra ótica, cada laser comporta dez gibabytes por segundo”. Ainda não existe tecnologia para otimizar esse processo. Os sistemas mais avançados podem comportar 80 lasers de 40 gigas por segundo cada – o que seria da ordem de apenas dez vezes o fluxo atual de uma fibra.
O Youtube foi criado em fevereiro de 2005. Um ano depois o tráfego estava aumentando em uma taxa de 20% ao mês e as telecomunicações não crescem nesse ritmo. Em 2008, o site já usava a mesma quantidade que a Internet inteira em 2000.
O consumo de energia é outro empecilho tecnológico. Empresas de telecomunicações movimentam 7% do PIB mundial. Se essas empresas conseguissem instalar cabos óticos o suficiente, o gasto de energia elétrica do setor seria da ordem de US$ 400 trilhões. O PIB mundial hoje é de US$ 63 trilhões.
Vai haver, em breve, um congestionamento da Internet. O tráfego gerado vai exaurir a capacidade das fibras óticas. Segundo Fragnito,“ou ela pára ou ela fica cara, só para poucos”.
Fibras óticas na História
O Prêmio Nobel de Física 2009 é compartilhado: metade para os inventores da primeira tecnologia bem-sucedida de formação de imagens usando um sensor digital e a outra parte para a pesquisa que mostrou como a luz poderia ser transmitida a longas distâncias por meio de fibras óticas.
A primeira linha de fibra ótica foi instalada em 1875 na Escócia e 1877 nos EUA. A extensão da rede hoje é de 1 bilhão de quilômetros, ou seja 25 mil vezes o diâmetro da Terra.
A internet seria completamente impossível por um preço razoável, sem essa tecnologia, que propiciou uma globalização, principalmente da economia e das redes sociais.