São Paulo (AUN - USP) - As redes sociais se tornam uma alternativa para a expansão da cobertura jornalística de esportes. Canais, como o Facebook e o Twitter, abrem um espaço para profissionais do ramo e para o público comentarem os jogos que estão assistindo. João Pedro Paes Leme, diretor de programas esportivos da Globo, em sua palestra sobre Esporte na Era Digital, realizada na Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA – USP), diz que as redes sociais ajudam a resolver uma limitação tecnológica de transmitir e comentar os jogos pela internet. Paes Leme afirma que essas mídias alternativas possibilitam uma maior interatividade com o público, possibilitando uma cobertura mais ampla.
João Pedro cita uma especialista em redes sociais, Charlene Lin, que diz que ninguém está preparado para perder a força sobre a informação para esse novo público que se forma, um público que também tem poder sobre a notícia. “Ninguém quer ser anônimo na TV, aquele personagem que recebe informação e não tem o direito de discutir ou contrapor idéias, ” diz o jornalista. Para o diretor da Globo, o segredo para aproveitar esses novos recursos tecnológicos é “descobrir primeiro como ouvir esse público para saber com mais rapidez como dar o passo seguinte”.
Tiago Leifert, editor-chefe e apresentador do Globo Esporte em São Paulo, mostrou qual seria esse próximo passo. Também presente na palestra, ele conta de um caso que acompanhava um jogo pela internet e foi bombardeado de tweets (mensagens pelo microblog Twitter) sobre o evento. No Globo Esporte seguinte, Tiago montou uma reportagem com comentários das pessoas que haviam o abordado pelo Twitter. Sua reportagem foi feita a partir da interatividade com o público pela internet.
Tanto Paes Leme, quanto Tiago afirmam que o novo profissional do jornalismo, não apenas na área de esportes, deve ser versátil e sempre atento às novas tecnologias. Nesse novo contexto, é preciso saber como contar histórias de modo diferente, assim como fez o editor-chefe do Globo Esportes ao contar uma história através de tweets.
O editores da Globo afirmam ainda que a tecnologia não terá efeito apenas no modo em que o público de relaciona com os jornalistas e comentaristas, mas também, terá efeito no rumo da partida. “Imagina se o juiz pudesse ver o replay por uma TV que ele carregasse no bolso, o rumo de campeonatos e torcidas inteiras iriam mudar”, diz Paes Leme.