São Paulo (AUN - USP) - As peças “Meu amigo Rio Tiete” e “Efeito Cabeça” são os próximos projetos do Núcleo de Artes Cênicas da Estação Ciência, da USP, que completa dez anos de existência. Juntamente com outros programas, como o de formação de educadores e de incentivo à pesquisa e prática de estudantes, essas duas obras são uma continuidade dos eventos de comemoração promovidos neste ano.
Desde o início das montagens, com o lançamento da peça “Estrela da Manhã”, em 2000, já foi exibida uma série de espetáculos, como “O poeta e o tempo”, uma fábula sobre o uso de fontes de energia alternativas, “Conexões Cósmicas”, sobre a criação e a evolução do universo, “Prof. Gervásio e a Energia Elétrica”, uma aula-espetáculo sobre o fenômeno da eletricidade, entre outros.
“Meu amigo Rio Tietê” será uma montagem teatral do rio a partir da poesia do modernista Mário de Andrade. Segundo um dos responsáveis pelo projeto, Cauê Mattos, esta é uma maneira diferente abordar aspectos técnicos do rio, como o seu trajeto e as questões ambientais, favorecendo um tratamento mais artístico e poético da temática. Para ele, o teatro é uma estratégia didática, apesar de não substituir as aulas teóricas em classe.
Além dos aspetos físicos, ambientais e geográficos, a peça também trará uma perspectiva cultural, já que serão representadas comunidades ribeirinhas e as suas tradições, como forma de aproximar manifestações humanas que se relacionam à história do rio. As pesquisas terão início em agosto, sendo que a estréia do espetáculo está prevista para outubro deste ano.
O segundo projeto, “Efeito Cabeça”, é uma abordagem da ciência neurológica, a partir de estudos sobre o sistema nervoso e o cérebro, unidos à arte e à representação cênica. Para a realização dessa pesquisa, o Núcleo de Artes Cênicas da Estação Ciência contou com o apoio de uma consultoria científica, procedimento comum nas iniciativas de produções que envolvem a temáticas e abordagem relacionadas à ciência. As consultoras de “Efeito Cabeça” são Maria Inês Nogueira, pesquisadora do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), e Diana Helena de Benedetto Pozzi, professora do Departamento de Clínica Medica da Faculdade de Medicina da USP.
Como se trata de uma pesquisa ainda em projeto, diferentemente do caso do “Meu amigo Rio Tietê”, que já tem algumas das etapas em andamento, a previsão para a estréia de “Efeito Cabeça” está prevista somente para o segundo semestre de 2011. Segundo Cauê, antes da encenação é necessária uma pesquisa aprofundada, que auxilie, inclusive, na metodologia de montagem e na construção do espetáculo.