São Paulo (AUN - USP) -O Museu de Microbiologia, do Instituto Butantan, está concluindo uma pesquisa de público sobre deficientes visuais. Iniciada em 2006, com incentivo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a pesquisa visa construir uma exposição adaptada a esse público. As instalações são móveis e contam com modelos de micróbios em grande escala para que o público com deficiência visual possa conhecer esses organismos pelo tato, com auxilio também de áudios que guiam a exposição. Também foram criadas placas explicativas com impressão em alto contraste e letras grandes para aqueles que possuem deficiências visuais mais leves e conseguem ler.

O desenvolvimento dos equipamentos para a exposição contou com a parceria da Fundação Dorina Nowill para Cegos. A fundação fez workshops no museu com seu grupo educativo, que ajudaram a pensar em soluções que se adaptassem bem ao público. Ao fim, foram criados um carrinho para a exposição, com modelos de quatro micróbios (um vírus, um protozoário, um fungo e uma bactéria), além de áudios informativos. Ainda estão sendo feitos testes com grupos de deficientes da Dorina Nowill e da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente Visual (Laramara) para registrar os resultados da exposição com o seu público alvo. O relatório final deve ser entregue até setembro próximo.

Criado há oito anos e idealizado por Isaias Raw, ex-presidente da fundação Butantan, “o museu tem a missão de instigar a curiosidade e divulgar a produção do instituto”, de acordo com Gláucia Colli Inglez, coordenadora do museu. Mas ele também possui foco em pesquisa. Além do projeto com deficientes visuais, é desenvolvido um projeto para compreender como as crianças conseguem captar o conhecimento sobre microbiologia transmitido pelo museu e outro para avaliar a eficiência dos mecanismos audiovisuais na facilitação a assimilação do conteúdo das exposições.

No projeto com as crianças de 4 a 6 anos, a primeira etapa foi de testes com grupos na creche da Universidade de São Paulo (USP) e grupos que visitavam o museu. As crianças eram testadas com o objetivo de saber se elas entendiam alguns eixos temáticos da exposição, como a escala de tamanho dos micróbios, a sua diversidade e a relação deles com a alimentação e com o corpo humano. Já em uma segunda etapa da pesquisa testa-se a familiaridade delas com os equipamentos, como a lupa e o microscópio.

No projeto sobre os recursos audiovisuais, foi feita uma pesquisa prévia com grupos de visitantes para a criação da exposição itinerante sobre epidemias. A exposição, ainda aberta ao público, no Centro de Difusão Científica do Instituto Butantan conta com vídeo, áudio e luzes coordenados no intuito de facilitar a compreensão do conteúdo. O grupo de pesquisa trabalha agora no relatório que procura compreender a eficiência real desses recursos na assimilação desse conteúdo. O relatório também deve ser entregue até setembro.