São Paulo (AUN - USP) - As tartarugas da espécie Chelonya midas já sofrem muito com a poluição das águas, mas segundo a pesquisadora Josilene da Silva em sua dissertação de Mestrado, defendida no Instituto Oceanográfico-IO USP, felizmente, elas estão livres da poluição de pesticidas, pelo menos na região de Ubatuba.
Vinte e sete espécimes foram coletadas na região de Ubatuba e, após análise, verificou-se que as tartarugas estavam livres da contaminação por pesticidas. “Os baixos níveis encontrados podem estar relacionados ao local de coleta, que não é uma região industrial. A presença desses compostos em C. mydas pode ser, também, uma evidência da sua dispersão global, do seu comportamento migratório”, explica Josilene.
Após serem utilizados em lavouras, os pesticidas podem parar no mar, se forem jogados, sem o devido tratamento, em rios. Esse composto químico é danoso ao ambiente, devido ao fato que ele permanece por muito tempo no meio, ou no organismo do animal. Essa característica ainda é mais prejudicial às tartarugas, “por terem uma vida muito longa, as tartarugas marinhas, mesmo expostas a baixas concentrações podem, em longo prazo, ter aspectos comportamentais e morfológicos alterados”.
Muitas das espécies de tartarugas marinhas estão em risco de extinção. A principal causa disto é a destruição do habitat natural delas pelo homem. Muitas tartarugas morrem ao ingerir pedaços de plásticos jogados no meio marinho, além do grande número de composto químicos despejados no mar, que podem infectá-las.