São Paulo (AUN - USP) -Pesquisas realizadas em coelhos, coordenadas pelos professores Edson Schneider e Leopoldo Ribeiro, da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), criam novas possibilidades para transplante do ureter, tubo que transporta a urina dos rins à bexiga. “O tecido, retirado de cobaias de doadoras, foi tratado para se transformar numa matriz acelular, de modo a ser transplantado sem risco de rejeição pelos receptores”, explica um dos responsáveis pela pesquisa pioneira, Arnaldo Fazoli.
Nos coelhos, a matriz substituiu o tecido retirado com excelente regeneração, servindo como molde. Os testes ainda não foram realizados em seres humanos, mas caso os resultados também sejam positivos, pacientes com estreitamento do ureter poderão voltar a urinar normalmente, sem o uso de sondas.
O mesmo procedimento já foi feito em seres humanos através do transplante de uretra. Em parceria com a Universidade da Califórnia, a FMUSP realizou cirurgias em 60 homens. “Antes, eles não podiam urinar nem ter relações sexuais”, ressalta Fazoli. Retirada de cadáveres, a uretra também é transformada em uma matriz acelular. No transplante, a parte não danificada do tecido é responsável pela revascularização da matriz. “É uma cirurgia fácil de ser feita, segura e uma boa alternativa de tratamento, pois elimina a necessidade de medicação imunossupressora e é definitivo. Ao contrário da dilatação que, muitas vezes, precisa ser feita mensalmente”, explica o pesquisador.
A pesquisa agora segue em duas frentes: realizar o transplante do ureter em seres humanos e descobrir quais outros tecidos também têm capacidade de revascularização.