ISSN 2359-5191

28/06/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 10 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
USP busca meios para auxiliar exames neurológicos

São Paulo (AUN - USP) - O Laboratório de Engenharia Biomédica (LEB) da Escola Politécnica da USP busca ferramentas para auxiliar neurologistas em seus diagnósticos. Trata-se de criar testes para o ser humano, identificando padrões de movimentos e, assim, possíveis patologias e suas causas.

Uma das pesquisas verificou a existência de uma assimetria nos reflexos das pernas das pessoas para um dos lados, e que ela pode ocorrer nos destros tanto para a direita como para a esquerda. O grau médio dessa assimetria foi medido para se ter um padrão, possibilitando encaminhar para outros diagnósticos ou tratamento quem ultrapasse o limite previsto.

“O que falta agora é chegarmos à parte clínica”, afirma André Fábio Kohn, professor do laboratório. “A infra-estrutura e metodologia estão prontas, falta aplicar nos pacientes”. O professor está iniciando os contatos com o Hospital das Clínicas para esse propósito. Em outra pesquisa, enquanto alguém fica de pé sobre uma plataforma, dois computadores analisam e mostram em tempo real a intensidade das forças de reação do solo e os sinais elétricos musculares das pernas do indivíduo. A plataforma pode indicar se em um dado momento ele está mais inclinado para um lado ou se está pisando mais forte com a ponta dos pés ou com o calcanhar.

Os sinais elétricos musculares, segundo Cohn, podem determinar quais músculos em um dado instante são ativados para corrigir o desvio de postura causado pela percussão de um pequeno martelo, semelhante ao utilizado por médicos testando reflexos dos pacientes. O trabalho está na fase final, com previsão de término para agosto, quando se terá pronta uma metodologia de análise das reações de uma pessoa. A análise das reações de várias pessoas permitirá a criação de um padrão de forças e ativações musculares para um indivíduo normal. “Eu antevejo um potencial de aplicação clínica bastante interessante”, avalia o professor.

A pesquisa é o tema de mestrado da fisioterapeuta Márcia Midori Morimoto, sua orientanda, por meio do Programa de Neurociência da USP, que facilita muito esse intercâmbio de pesquisadores. É essa uma das mais interessantes características do laboratório, a interdisciplinariedade: juntam-se conhecimentos de pessoas de diversas áreas do conhecimento, como a Eletrônica, a Computação e a Neurociência. Por exemplo, enquanto há físicos e engenheiros trabalhando na criação de modelos matemáticos, há fisioterapeutas com experiência em tratar pessoas.

“É importante o papel do laboratório em reunir infra-estrutura e conhecimentos multidisciplinares, que normalmente inexistem na grande maioria dos hospitais,” declara Kohn. “Espera-se que as metodologias e conhecimentos gerados no laboratório possam ser empregados mais tarde por hospitais-escola em seus trabalhos de ponta voltados para um aprofundamento do entendimento de várias patologias do sistema nervoso.”

Mais informações:
Professor André Fábio Kohn – LEB/EPUSP
(11)3091-5535
andfkohn@leb.usp.br

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