ISSN 2359-5191

22/08/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 13 - Sociedade - Paço das Artes
File 2003 une arte e tecnologia

São Paulo (AUN - USP) - Quem visitar o Paço das Artes até o próximo domingo, dia 24 de agosto, vai descobrir uma instalação curiosa. Ao se aproximar de algo que se assemelha a uma câmera fotográfica cilíndrica, ouvirá batidas eletrônicas ecoarem das caixas acústicas do saguão, que cessarão quando a pessoa se afastar. Não é coincidência, como poderá parecer a princípio, e sim uma obra de Jun Okamoto Junior, pesquisador da Escola Politécnica da USP, que procura demonstrar como um robô responde à interação com seres humanos.

Esse e mais de 120 outros trabalhos que, além de usar tecnologia, demonstram sua aplicação na arte contemporânea, fazem parte do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica, o File 2003, que está em sua quarta edição. Como um Museu do Louvre virtual, é uma mostra impossível de ser vista toda num só dia. Ao redor de “Visão omnidirecional e sonoridade interativa”, o público conta com cinco computadores, cada um contendo dezenas de obras criadas por artistas gráficos, com as quais ele pode interagir. O que aparece no monitor é projetado num telão à frente das máquinas, possibilitando sua visualização pelas outras pessoas que circulam pela sala, despertando seu interesse. Caminhando de uma máquina até a outra, o visitante é surpreendido mais uma vez: no espaço entre duas paredes, verá frases e linhas coloridas projetadas de acordo com o movimento de seu corpo. O nome é “Stream”, do artista gráfico inglês Simon Biggs.

O projeto adquire extrema importância no contexto em que foi concebido, já que divulga uma realidade à qual a sociedade está pouco sensível, apesar de sua presença maciça no cotidiano. A maioria do público do File (pronuncia-se “fail”, arquivo em inglês, vocábulo comum à linguagem dos computadores) certamente foi espectador do festival Anima Mundi, que teve a edição em São Paulo deste ano entre os dias 23 e 27 de julho, e vai reconhecer rapidamente diversas semelhanças entre as animações vistas nos cinemas e a arte internética do Paço das Artes. Grande parte é formada pelos jovens dos anos 90 e 2000 que, em relação às gerações que os precederam, foram mais influenciados pelo som dos sintetizadores que pelo das guitarras, e é neste espaço que se insere o File Hipersônica, evento que trouxe DJs e VJs para o local da exposição no último sábado, unindo música eletrônica pop para as massas com a música eletrônica erudita acadêmica, com o intuito de conectá-las e confundi-las, rompendo as barreiras que se construiu entre elas. No site do evento (www.file.org.br/hipersonica ) ficam disponíveis alguns dos trabalhos dos artistas participantes. O internauta pode baixar músicas e brincar com animações em Flash (programa de animação por computador).

O festival se completa com o File Symposium, ciclo de palestras e performances que toma o espaço do auditório do Centro Brasileiro Britânico até o próximo sábado, dia 23. As palestras são gratuitas e abertas ao público. Entretanto, exige-se uma inscrição prévia pela internet (www.file.org.br) e o interessado deve chegar com pelo menos meia hora de antecedência no local para garantir a vaga na palestra de sua escolha.

File Festival 2003
até 24 de Agosto
local: Paço das Artes (av. da Universidade, 01. tel.: (11) 3814-4832)
terça a sexta das 11h30 às 18h00
sábado e domingo das 12h30 às 17h30

File Symposium 2003
de 19 a 23 de Agosto
local: Centro Brasileiro Britânico (r. Ferreira de Araújo, 741. tel.: (11) 3038-6930)

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