ISSN 2359-5191

06/12/2011 - Ano: 44 - Edição Nº: 114 - Economia e Política - Escola de Comunicações e Artes
Emoção deve ser explorada em estratégia de comunicação, segundo especialista

São Paulo (AUN - USP) - “O ambiente corporativo está sofrendo uma desvalorização do homem pela valorização da mercadoria (...) há excessiva mediação entre as pessoas”, diz Rodrigo Cogo, especialista em comunicação empresarial e defensor da prática de Storytelling, para uma platéia de futuros comunicadores. A palestra foi parte do evento Ciclorama 8 - Agregando Valor A Marca, realizado pela Agência de Comunicações ECA Jr., empresa Júnior que agrega estudantes dos cursos de Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Turismo da Escola de Comunicações e Artes da USP.

O conceito de Storytelling é transmitir fatos, reais ou ficcionais, de modo que emocione e informe um público. Entre exibições de cases e pouca abordagem de teoria, o palestrante falou sobre a importância de se humanizar um produto ou uma ideia, para dentro e para fora das corporações, e emocionou seu público em diversos momentos.

Para ele, não se deve, em qualquer campanha, utilizar números, porcentagens e estatísticas, mas sim mostrar uma face humana, de linguagem simples e facilmente absorvível, com a qual o público se identifique. Como forma de provar seu ponto, mostrou pela metade alguns vídeos de histórias reais, com pessoas comuns como narradoras e elementos-chave que comentou em seguida. Ao suspiro da plateia, responde: “essa sempre é a reação quando mostro esses vídeos, todo o mundo quer ver mais”.

Essa identificação se acentua progressivamente com a dinâmica da atualidade. Segundo Cogo observou, o ambiente corporativo está cada vez mais ligado à valorização da mercadoria e, por conseguinte, à desvalorização do homem, que hoje é um “multivíduo” com “multi-tarefas”: “A tecnologia faz com que as pessoas fiquem individualistas”, diz, “15% dos adolescentes americanos preferem mandar emails ou mensagens para quem está do lado”.

A mesma dinâmica cria a chamada sociedade em rede, a qual recebe informações uniformizadas e superficiais na maior parte do tempo. Por esses motivos, muitas vezes, a resposta está no passado: na busca de elementos antigos que tragam sentido para os dias de hoje. Dessa busca vem a chamada “moda da memória”, com a estética antiga: retrofit imobiliário, em carros, o colecionismo, o retro e o vintage. O termo para essas práticas é “enraizar”, e tem relação forte com a identificação do público com o Storytelling, na medida em que ativa a memória e sentimentos consagrados.

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