São Paulo (AUN - USP) - Com uma proposta de fazer com que a prática e a formação do enfermeiro, cada vez mais atentas aos avanços tecnológicos na área, não se esqueçam da individualidade do paciente tratado, quatro professoras da Escola de Enfermagem da USP se reuniram para formar o Grupo de Estudos de Subjetividade em Saúde.
As professoras Ana Lúcia Machado, Lúcia Maria Frazão Helene e Luciana de Almeida Colvero, da área de saúde mental, e Marli Alves Rolim, de saúde coletiva, resolveram unir seus esforços na procura de um respeito maior à singularidade do indivíduo no tratamento. O grupo surgiu em 1998, procurando aliar o desenvolvimento das ciências médicas com a preocupação de lembrar os profissionais da área de que “quem cuida, cuida de alguém”.
O foco de estudo se concentra nos portadores de doenças como a hanseníase e a questão da loucura. As pesquisadoras utilizam um projeto comum para ambos pois são dois grupos estigmatizados e excluídos socialmente. Elas procuram abranger não somente o cuidado destes pacientes pela Enfermagem mas também a análise de políticas públicas voltadas para estes temas, como é o caso do SUS (Sistema Único de Saúde) e outros.
Entre as propostas está a de inserir o próprio sujeito no seu processo de recuperação. Para as docentes, é muito importante que o profissional de enfermagem leve em conta as emoções do paciente e dê autonomia ao indivíduo no tratamento, considerando-o também um tomador de decisões.
Os estudos do grupo ressaltam a importância de se ouvir não só o técnico em enfermagem, mas também o paciente e seu contexto. Para isso, procura avaliar melhor aspectos como o grupo familiar, a religião, a cultura e as políticas públicas, relacionando esses temas com a questão do sujeito portador de uma doença.
O Grupo de Estudos de Subjetividade em Saúde inclui, além das próprias pesquisas, disciplinas na graduação e na pós-graduação e um workshop realizado recentemente sobre o tema. Por enquanto, as docentes ainda trabalham com projetos individuais, mas há uma tentativa de entrelaçar as linhas de ensino e pesquisa do grupo, unificando ainda mais as diferentes abordagens sobre o trabalho de valorização do sujeito e de inclusão social dos portadores destas doenças.