ISSN 2359-5191

03/12/2003 - Ano: 36 - Edição Nº: 24 - Meio Ambiente - Instituto Oceanográfico
Dados de biomonitoramento de costões em São Sebastião são compilados em tese

São Paulo (AUN - USP) - Um trabalho de dez anos, desenvolvido por uma equipe da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) de São Paulo, resultou numa tese de doutorado que será defendida por João Carvalho Milanelli no próximo dia 22 de dezembro, no Instituto Oceanográfico da USP. O trabalho consistiu no monitoramento de quase 300 espécies animais e vegetais encontradas em costões rochosos na região do canal de São Sebastião, próximo ao terminal marítimo da Petrobrás Almirante Barroso, no litoral norte de São Paulo.

Este trabalho foi uma iniciativa do Setor de Operações de Emergência da Cetesb, e visa diminuir os riscos ambientais de eventuais vazamentos de óleo na região. Desde 1978, houve 151 vazamentos no canal, e o seu impacto na vida marinha ainda não foi totalmente monitorado.

“A escolha dos costões marítimos se deu pelo fato de lá estar o ecossistema mais sensível a perturbações no meio ambiente causadas pelo derramamento de óleo. Afinal, o óleo flutua, e os costões, expostos às marés, recebem todo o resíduo de um eventual vazamento. Além disso, a diversidade de organismos nesses lugares é impressionante”, explica Milanelli.

Foram analisados 17 costões rochosos no continente e em Ilhabela, no período entre 1993 e 1996. “Hoje em dia, nosso trabalho é referência para outras equipes, formadas por alunos de graduação e iniciação científica, que fazem as atualizações dos dados”, afirma o pesquisador. “Se houver algum grande vazamento, teremos uma grande quantidade de dados para poder recuperar o ecossistema da região com maior rapidez”, completa. Está previsto ainda que os dados do trabalho sejam tornados públicos, via Internet. “A tese é um trabalho acadêmico, mas terá utilidade incontestável no caso de uma emergência, por isso precisa ser tornada pública”, diz Milanelli.

Ainda segundo o pesquisador, que trabalha na Cetesb há 17 anos, a freqüência e a gravidade dos vazamentos no canal vem diminuindo de forma sensível nos últimos anos. “Principalmente após aquele vazamento na baía de Guanabara, a Petrobrás adotou uma política muito rígida de segurança e prevenção que até hoje tem dado ótimos resultados”, afirma.

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