ISSN 2359-5191

11/05/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 28 - Educação - Faculdade de Educação
Histórias de vida de professoras de educação infantil viram tema de Mestrado

São Paulo (AUN - USP) - As histórias de vida de sete professoras de um Centro Educacional Infantil (CEI) localizado num bairro da Zona Leste de São Paulo viraram matéria- prima para uma dissertação de Mestrado que discute o quanto as vivências pessoais influem na formação profissional. O trabalho de Talita Dias Miranda e Silva, intitulado Trajetórias de Formação de Professoras de Educação Infantil: história oral de vida, conta a história dessas mulheres, que não sonhavam em serem professoras, mas alcançaram realização pessoal e profissional com o magistério.

O interesse de Talita por histórias de vida e educação infantil surgiu durante sua gradua-ção em Pedagogia, quando participava de dois grupos de pesquisa: o Núcleo de Estudos em História Oral (NEHO), liderado pelo professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP), José Carlos Sebe Bom Meihy, e o grupo Contextos Integrados em Educação Infantil, da Faculdade de Educação (FE/USP). Foi no Contextos Integrados em Educação Infantil que a pesquisadora conheceu as sete personagens cujas histórias são contadas em sua dissertação.

Ao todo, foram feitas 21 entrevistas com as professoras. Cada uma delas foi entrevista-da três vezes. Talita explica que as duas primeiras entrevistas não tinham um tema, as perguntas não foram formuladas previamente para que as educadoras se sentissem livres para contarem suas histórias de vida da maneira como acharem melhor. Na terceira en-trevista, as perguntas abarcavam temas como a biografia de cada uma, a formação pro-fissional e as experiências em sala de aula.

As histórias de cada uma dessas mulheres guardam semelhanças entre si. Todas elas já estão prestes a se aposentar e começaram a trabalhar como pajens (a profissional de educação infantil só passou a ser chamada de professora em 2003) entre o fim da década de 1980 e 1990. De origem humilde, filhas de imigrantes ou descendentes de nordesti-nos, viram no magistério uma possibilidade de ascensão econômica e social. Na época, como as exigências para se trabalhar com educação infantil eram apenas ser mulher e gostar de crianças, aquelas jovens passaram de empregadas domésticas e operárias a pajens e depois a auxiliares de desenvolvimento infantil e finalmente a professoras.

No início, nenhuma delas possuía formação universitária, mas com o passar dos anos, em busca de realização profissional e pessoal, todas buscaram uma formação superior. Graduaram-se em Pedagogia, algumas chegaram a fazer especializações e receber prêmios por sua atuação em sala de aula.

Segundo Talita, em seus depoimentos, as professoras sempre partilhavam lembranças relacionadas à infância, à família e ao ambiente escolar, recordações do processo de alfabetização e dos primeiros professores. “As representações que elas têm hoje do que é ser professora vem dos pais e dos professores”, conclui.

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