São Paulo (AUN - USP) - A pesquisadora Miriam Nakamura Gouvêa, do Instituto Butantan, falou, em seminário realizado no dia 13 de junho, sobre os benefícios da vacina recombinante de hepatite B. Ela é mais interessante, pois pode ser feita numa produção maior, com menores custos e riscos e com a mesma eficácia da produzida por plasma.
Essas vacinas feitas a partir do plasma humano foram as primeiras vacinas a serem produzidas, por volta dos anos 1980, a um custo alto e com grandes chances de transmissão de doenças. Uma das contrapartidas da vacina recombinante é o baixo risco (ou até mesmo risco nenhum) de transmissão, que se dá pelo fato dela ser produzida por meio da manipulação do DNA do vírus. Dessa forma, os antígenos criados são semelhantes àqueles dos patógenos. Outra vantagem é que as vacinas recombinantes não necessitam de células vivas ou de animais hospedeiros para o crescimento dos micróbios, o que evita o principal problema de vírus como o da hepatite B que não crescem em cultivo celular.
No Brasil, ainda há pessoas que têm contato com o vírus e embora a grande maioria não tenha desenvolvido nenhuma doença letal, é importante que elas sejam vacinadas e que o vírus seja controlado. A maior porcentagem da população brasileira que tem contato com o vírus é da região Norte do País.
A produção industrial da vacina começou a ser feita em 1996, no Instituto Butantan. O processo precisa passar por etapas como a fermentação, em que há aumento de volume do micro-organismo (levedura) no qual será introduzido o material genético do vírus. Além disso, há o cultivo, em que ocorre a indução da expressão, no micro-organismo, do antígeno. Ao final do cultivo, colhe-se e purifica-se o que foi produzido, obtendo-se, assim, a vacina.