ISSN 2359-5191

17/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Escola de Comunicações e Artes
Novo método de impressão facilita a produção de textos em braile

São Paulo (AUN - USP) - Uma nova forma de impressão em braile utilizando o já conhecido método de relevo americano possibilitará a impressão de obras voltadas a deficientes visuais em qualquer gráfica convencional, aumentando os focos de produção. Basílio Akira Takiy, graduando de Editoração da Escola de Comunicações e Artes utilizou o método geralmente empregado na impressão de cartões de visita para imprimir textos em braile.

O alfabeto braile é um sistema de linguagem táctil criada pelo francês Louis Braille em 1824. Neste sistema, cada letra é representada por um conjunto de seis pontos cuja combinação origina 63 caracteres.

“Meu objetivo é poder produzir em série os caracteres em braile sem equipamentos específicos”, diz Akira. Atualmente, estes impressos são elaborados com uma prensa que pressiona o papel contra um clichê (matriz de alumínio), formando os pontos em relevo. No Brasil, existem apenas duas gráficas especializadas em impressão em braile: o Instituto Benjamin Constant no Rio de Janeiro, e a Fundação Dorina Nowill em São Paulo.

Contudo, por serem voltados para um segmento pequeno da sociedade, não existe interesse mercadológico na produção em massa de artigos em braile, muito mais caros que livros comuns. Todos os equipamentos de impressão das matrizes são importados e, além disso, a assistência técnica e o treinamento para o manuseio dessas máquinas são limitados.

O relevo americano é obtido por meio do aquecimento do pó de relevo aplicado na tinta offset. Akira testou a aplicação do relevo com dois tipos de pó (mais fino e mais grosso), e diversos tipos de papel. Os melhores resultados foram obtidos com os papéis vegetal, couché fosco e brilhante, que absorvem menos tinta do que o offset. A tinta, assim, fica na superfície do papel, atraindo uma maior quantidade de pó.

Regina Fátima Caldeira de Oliveira, membro da Comissão Brasileira do Braille, examinou os resultados da experiência de Basílio. “Apesar de legíveis, os pontos são menos perceptíveis do que os produzidos da forma tradicional”, diz ela. Regina recomenda a utilização do relevo americano para pequenas áreas de texto em braile, como cardápios ou embalagens descartáveis.

Outra desvantagem da técnica é que cada folha pode ser impressa apenas de um lado, já que a repassagem pela máquina de relevo americano achataria o relevo, dificultando a legibilidade. No método convencional, existe a possibilidade de imprimir o texto na frente e no verso da folha pela técnica do interponto – cada linha do verso é impressa na entrelinha da impressão da frente.

Akira pretende, entretanto, dar prosseguimento à sua pesquisa num futuro mestrado. “Falta aprimorar a técnica, agora. Preciso estudar alguma forma de aumentar o relevo de modo que se possa imprimir textos longos em grande escala”, diz ele.

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