ISSN 2359-5191

17/05/2004 - Ano: 37 - Edição Nº: 05 - Ciência e Tecnologia - Escola Politécnica
Estudo cria padrões nacionais para aterros sanitários

São Paulo (AUN - USP) - Achar novos padrões nacionais para cobertura de aterros sanitários, aumentando sua eficiência e segurança é o que busca José João Pires de Oliveira Filho, mestrando da Escola Politécnica da USP. Há três anos ele desenvolve um projeto inovador de estudos técnico-científicos para cobertura de aterros de lixo no Brasil. Formado em engenharia civil pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, este ano ele finalmente levará sua dissertação à publicação. O estudo de Oliveira Filho utilizou uma nova abordagem para projetar a cobertura dos aterros no Brasil. “Um dos grandes desafios é adequar o tipo de solo da área à cobertura do aterro. Diferentes tipos de solo têm diferentes comportamentos, que podem ou não ser bons para a cobertura”. Segundo ele, as normas utilizadas pelos projetistas brasileiros vêm dos Estados Unidos, e não necessariamente tais padrões poderiam ser aplicados às nossas condições. “A verdade é que nós não temos no Brasil uma norma para seguir. A grande pergunta é se nós não podemos fazer coisas melhores tendo em vista nossos tipos de solo e clima”.

A técnica criada por Oliveira Filho baseia-se num modelo numérico computadorizado que analisa as características do solo – permeabilidade, principalmente – e simula o quanto de água de chuva retém uma cobertura feita dele. As propriedades hidráulicas do solo são antes estudadas em laboratório, e assim define-se a constante utilizada pelo programa de computador. Outro dado importante para a obtenção da “cor local” que o engenheiro busca é a constante climática da região analisada. “Pegamos esses dados em estações meteorológicas regionais”, informou ele. Para a elaboração de sua tese, Oliveira Filho realizou experiências em São Paulo, Ilha Solteira e Campinas. “Para cada um dos lugares, usamos um dado de solo e clima específico. É importante lembrar que cada região tem sua condição. Mesmo dentro do mesmo Estado as características variam muito”.

A tese foi orientada pela professora Maria Eugênia Gimenez Boscov, coordenadora da linha de pesquisa em geotecnia ambiental, e já foi inteiramente redigida, encontrando-se em fase de ajustes finais. A defesa deve ocorrer em dois meses. O trabalho já gerou uma publicação para um simpósio de engenharia geotécnica que será realizado em Curitiba, e há previsão de artigos para outros congressos nacionais e até mesmo internacionais.

Os estudos desenvolvidos por Oliveira Filho destacam-se também por sua função social. Ao buscar maior eficiência, eles diminuem os custos do processo de aterramento de lixo, e aumenta sua segurança. “Havendo falhas em aterros – o que não é raro – pode-se ter uma contaminação do que vai abaixo: o solo e um possível aqüífero”, disse ele. Com essas novas técnicas, contribui-se para um melhor saneamento do lixo.

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