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18/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 135 - Meio Ambiente - Instituto de Eletrotécnica e Energia
“O biogás pode ser a solução para o Brasil”, afirma professor sueco
Hans Bjork, da Escola de Engenharia da Universidade de Boras, visita o Brasil e fala sobre sua experiência na produção de novo gás

São Paulo (AUN - USP) - O VII seminário Fundación Mapfre em prevenção e meio ambiente, parceria da fundação com o Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE) da USP, realizado no final de novembro, recebeu a ilustre presença do professor Hans Bjork, diretor da Escola de Engenharia da Universidade de Boras, na Suécia.

A cidade é considerada a mais limpa do mundo, a chamada “cidade base zero”, que significa que ela é completamente sustentável em termos de energia, e grande parte desse feito é graças ao programa de utilização dos resíduos sólidos urbanos que o professor desenvolve. Foi sobre esse programa e o potencial brasileiro na biodigestão de resíduos sólidos para produzir energia que o professor falou durante sua palestra.

Bjork explica que seu programa consiste em fabricar biogás a partir de resíduos orgânicos, e que esse produto é usado em sua cidade como combustível em ônibus, caminhões e carros particulares.

No Brasil, também há a utilização de gás como combustível, porém, utiliza-se o gás natural. Segundo o pesquisador, a única diferença entre os dois é que o gás natural ainda é um combustível fóssil, enquanto o biogás, não. “Em vez de ser o gás natural comprimido ou gás natural liquefeito, poderia ser utilizado o biogás”, explica.

Para a produção do combustível, o professor mostra a diferença entre o método da compostagem, aplicado na América Latina, e o da biodigestão, aplicado em seu país: “Na América Latina, fala-se muito em compostagem, mas prefiro a ‘digestão’, porque dois terços dos elementos liberados do resíduo vai para o biogás, e o resto forma um tipo de composto muito bom, sem venenos ou outras substâncias prejudiciais, que pode ser usado como adubo de ótima qualidade.”

Enquanto isso, na compostagem, não ocorre a formação desse composto, só o que resta do processo químico é oxigênio, havendo, assim, perda de potencial desse adubo. Além disso, a biodigestão ainda tem a vantagem de poder utilizar todos os tipos de resíduos sólidos, além de outros tipos de resíduos orgânicos.

Hans Bjork afirma que, apesar da biodigestão ser fácil de fazer, sua equipe ainda não conseguiu produzir o suficiente para o produto ser lançado no mercado. E afirma que talvez essa seja a solução para o destino do lixo no Brasil: “Não se pode mais colocar resíduos orgânicos em aterros sanitários, então devemos encontrar um local para esses resíduos e fazer com que sejam úteis para a sociedade. Para um país como o Brasil é fácil, se começarem a produzir o biogás podem utilizar os canais de distribuição que já estão instalados.”

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