São Paulo (AUN - USP) - Sob orientação do professor Luciano Guimarães, Lucas Tófoli Lopes, aluno de Jornalismo, apresentou no dia 4 de dezembro seu TCC, “História da Infografia: das cavernas ao Malofiej20”.

Desenvolvido no formato de um livro, o trabalho foi dividido em duas partes: na primeira, Tófoli teve como meta definir aquilo que considera como infografia, tomando como base textos de especialistas da área, como Alberto Cairo e Nigel Holmes. Na segunda, o aluno buscou produzir uma linha do tempo que, pontuada por obras que foram marcos no ramo, contasse a história da infografia.

Segundo relatou, Tófoli escolheu o tema pela afinidade que sentiu com o assunto desde a entrada no curso da ECA, em 2008. Foi esse mesmo gostou que o levou também, três anos depois, a trabalhar na seção da infografia da Folha de S. Paulo.

Apesar de ter tido seu nome cunhado no século 20, a infografia sob a interpretação de Tófoli (sob influência do espanhol José Manuel de Pablos Coello) tem suas origens dezenas de milhares de anos atrás, já nas pinturas rupestres deixados por povos primitivos em cavernas. Também ganhou destaque em seu trabalho a transformação pela qual a área passou nos anos 1980, sobretudo por conta de três fatores: a criação do jornal USA Today, a Guerra do Golfo e a criação do primeiro computador Macintosh. Esse último foi responsável, principalmente, por mudar por completo o trabalho daqueles que trabalhavam com infografia. A partir da adoção dos Macs nas redações, o trabalho, que antes era todo manual, passou então a ser executado eletronicamente.

Definida pelo estudante como “representação de dados em um diagrama”, a infografia ao longo de sua história foi ilustrada pelo autor por meio de 85 exemplos que, oriundos de todas as épocas e países, se tornaram marcos no ramo, seja pelo seu ineditismo, pela relevância a certo público ou por terem se tornado referência em certa área. A escolha, no entanto, foi complexa: “A história da infografia se mistura com a história da comunicação humana”, afirmou o autor durante a palestra. Entraram na lista, por exemplo, a tapeçaria de Bayeux, feita no século 12 para contar a Batalha de Hastings; a projeção de Mercator, importante planisfério desenhado nos anos 1500; e até mesmo o primeiro exemplar brasileiro de infografia , datado do início do século passado e publicado no Estado de São Paulo.

Após ter realizado parte de sua pesquisa, Tófoli narra na parte final de sua obra sua experiência visitando o maior evento de infografia do mundo, o Malofiej20, realizado anualmente na Espanha.