ISSN 2359-5191

02/10/2013 - Ano: 46 - Edição Nº: 74 - Economia e Política - Instituto de Geociências
Relação da geologia e do petróleo no contexto do pré-sal é abordada no IGc

A Geociências a serviço da Exploração e Produção (do petróleo) foi o tema apresentado pelo geólogo Roberto Schiffer de Souza, da Petrobras no Instituto de Geociência (IGc) da USP. Especialista em Geociências, Schiffer elucidou o papel da geologia na indústria petrolífera e destacou o recorrente tema do pré-sal brasileiro, descoberto em 2006 na região da Bacia de Santos.

Aliada à engenharia, a geologia aplica-se tanto na fase de exploração quanto na de produção. Ao contrário do que a denominação sugere, exploração não é em sinônimo de extração. De acordo com Schiffer, exploração é a fase de pesquisa da jazida e a produção consiste na extração do petróleo, do modo mais rentável e otimizado. Esta decorre de um longo processo, que dura, em média, nove anos, que vai desde o início das pesquisas para descoberta da jazida, até os estudos aprofundados para que a produção possa ser feita.

A geologia atua no processo de definição do local do poço, para que de fato se obtenha petróleo. Em prol disso, a indústria petrolífera trabalha com um triângulo-base de conhecimento geológico: dados indiretos de subsuperfície (presença de seções sísmicas e perfis de solo), dados diretos de superfície (testemunhos geológicos, os quais consistem em amostras de rocha, amostras laterais intermediárias e de calha) e processos e modelos análogos aflorantes (trabalho de campo).

Dado o alto custo da perfuração de um poço exploratório offshore hoje (cerca de US$ 200 milhões para seis metros de coluna), definir uma jazida de hidrocarbonetos em uma fronteira de exploração consiste em um conjunto de processos encadeados de maneira metódica e científica para que se garanta a descoberta de petróleo ou gás natural. Schiffer levantou a questão do baixo índice de sucesso exploratório das indústrias petrolíferas: 12% em média. A atividade é, portanto, de altíssimo risco e uma vez que depende de auto-investimento, precisa de dados precisos para se determinar onde será colocado o poço. No entanto, Schiffer colocou que a fase de produção paga em torno de 15 vezes a quantia investida na fase de exploração.

Geopolítica, tecnologia e petróleo

Com o constante desenvolvimento da tecnologia ligada ao petróleo, tem-se a perspectiva de que até 2020 a produção seja quase duplicada: de aproximadamente 2,5 milhões de barris por dia para 4,2 milhões. Dados sobre a distribuição da produção petrolífera indicam um aumento de óleo vindo das camadas pré-sal. Hoje, 85% é pós-sal, contra 15% pré-sal. Para 2020, estima-se que o óleo pré-sal representará cerca de 28% da produção. 

O geólogo ainda ressaltou as questões geopolíticas relacionadas ao petróleo e gás, e reafirmou o poder que tais produções conferem à nação que as detêm. “O Brasil está em situação privilegiada, pois há grandes reservas, há tecnologia em petróleo, base industrial diversificada, grande mercado consumidor e estabilidade jurídica e institucional”, diz Schiffer. “Tudo isso é muito trabalho para os próximos 20, 30 anos”, completa. 

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