São Paulo (AUN - USP) -Quem visita a usina de Itaipu, a maior do mundo em produção, se surpreende com o discurso do guia turístico: o tema da conversa são políticas de consciência ambiental, conservação de rios e nascentes, preservação de ecossistemas.
Itaipu criou iniciativas milionárias de redução do dano causado ao meio ambiente, como uma forma de atenuar a dívida histórica que a Usina tem com a região. A empresa binacional inundou áreas enormes ricas em biodiversidade durante a sua construção, nos anos 70 e 80.
O conjunto de iniciativas chama-se "Cultivando Água Boa". São mais de 108 projetos ambientais da usina e de parceiros que beneficiam mais de 20 municípios na região. Entre as medidas adotadas estão a gestão de bacias (cujo objetivo é aumentar a vida útil do lago de Itaipu), investimento na produção pesqueira da região, realização de diagnósticos territoriais na região da Bacia, programas de conscientização ambiental em escolas como o Oficina do Futuro e o Pacto das Águas, realização de encontros, congressos, fóruns, entre outros.
USP inaugura exposição na Usina
Como parte das iniciativas educativas do projeto, o Ecomuseu de Itaipu (espaço que guarda a memória da usina) está recebendo até 2009 a Exposição "Água, uma Viagem do Mundo do Conhecimento", do Museu de Ciências da USP.
Nelton Miguel Friedrich, Diretor de Coordenação de Itaipu e criador do "Cultivando Água Boa", falou durante a inauguração da exposição no Ecomuseu sobre a importância da parceria entre a Usina e a Universidade: "Trazer a Universidade de São Paulo aqui é muito necessário. Todos nós sabemos da importância da USP em São Paulo, estado que recebe a maior parte da energia gerada aqui."
"A água boa não aparece de qualquer forma, ela precisa ser cultivada", explica Friedrich, explicando o ideal do "Cultivando Água Boa". O professor vai além: "a água não é pra ser cultivada, é pra ser cultuada", diz, entusiasmado com o conjunto de projetos e com a parceria com a USP.
Itaipu é a única hidrelétrica binacional no mundo: Brasil e Paraguai são os dois acionistas da empresa. Cada país tem direito a 50% da energia gerada na usina. São 20 unidades geradoras de energia com uma potência total de 14.000MW, que supre 92% da demanda paraguaia e 26% da brasileira. O Paraguai usa apenas 13% da energia a que tem direito e vende o seu excedente ao Brasil.