São Paulo (AUN - USP) -A USP possui atualmente cerca de 37 mil computadores de mesa, 15 mil impressoras e quatro mil dispositivos de rede, entre outros equipamentos. A informação é do Centro de Computação Eletrônica da Universidade, que estima também que cerca de 10% desses equipamentos estão obsoletos. O descarte desse material é um questão séria de meio ambiente e de saúde pública: se descartados incorretamente, esses equipamentos podem levar ao solo quantidades significativas de chumbo, cromo hexavalente, mercúrio, entre outras substâncias muito perigosas. Os resultados podem ser desastrosos: Irã Mariano, da Comissão de Sustentabilidade do Centro de Computação Eletrônica da USP, alerta para alguns dos riscos que essas substâncias podem trazer à população: "Essas substâncias correm o risco de, por exemplo, entrar no lençol freático, daí nós podemos consumir uma água contaminada".
Segundo Irã Mariano, existem muitas empresas interessadas em retirar o material na USP, mas a legislação da Universidade precisa ser muito bem analisada na hora de realizar o descarte: "nós estamos trabalhando com um bem público, é uma parte burocrática que demora, tem que passar pela consultoria jurídica da universidade pra sabermos se estamos fazendo a coisa certa". Para ser repassado a empresas de descarte, o equipamento tem que ser classificado como "inservível". Até que isso aconteça, o equipamento fica parado, até mesmo por meses, em contêineres. Para Irã, não existe outra solução melhor, a não ser que o mecanismo burocrático da Universidade mude: “Se a gente deixar os detalhes pendentes, a gente pode até responder processo depois. Tudo tem que estar bem consumado”, conclui.
Pensando nesse problema ambiental, a Comissão de Sustentabilidade do CCE começou a tomar, a partir do segundo semestre de 2007, medidas para viabilizar o descarte correto desses materiais, que têm vida útil média de três a quatro anos. Irã Mariano explica que o primeiro passo do processo é fazer uma triagem nos materiais usados, de forma a encontrar peças que podem ser reutilizadas para outros fins. "Muitas vezes dá pra pegar peças de três equipamentos usados e montar um 'bonzinho'". Nesse processo reaproveita-se o máximo de equipamentos possíveis, apenas os materiais realmente impossíveis de serem reutilizados é que seguem para descarte. Por enquanto o CCE apenas assessora as unidades na hora de descartar material eletrônico, o plano pro futuro, no entanto, é ambicioso: “O que a gente tem em mente para o futuro é um centro de triagem onde a gente possa centralizar os equipamentos das unidades pra ter um despacho só.”, diz Irã.