ISSN 2359-5191

14/12/2012 - Ano: 45 - Edição Nº: 131 - Saúde - Hospital das Clínicas
Prática do origami ajuda a relaxar pacientes com dermatite atópica e vira exposição

São Paulo (AUN - USP) - Arte e Humanização - Os Efeitos Terapêuticos do Origami é tema da exposição que a Clínica de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP) apresentará até o dia 28 de dezembro, no hall de acesso do Instituto Central do HC.

A exposição se constitui de origamis, tradicional arte japonesa de dobrar papéis e criar representações de seres ou objetos com as dobras geométricas. As peças de papel não sofrem cortes nem colagem. As obras exibidas foram confeccionadas por pacientes portadores de dermatite atópica em tratamento no Hospital das Clínicas e também por profissionais da área da saúde do complexo hospitalar. O trabalho é resultado de oficinas promovidas pela Clínica de Dermatologia em parceria com a organização sem fins lucrativos, AADA, Associação de Apoio a Dermatite Atópica. Essa instituição promove a saúde do portador da doença por intermédio da arte, da ciência e da educação.

A dermatite atópica ou eczema atópico é um processo inflamatório crônico da pele caracterizada por lesões na pele e coceira intensa, que se intensificam no calor e, às vezes, descamam. Essas inflamações podem se localizar no rosto e nas dobras do joelho e cotovelo. Sua causa ainda não é conhecida, mas acredita-se que predisposição genética e histórico familiar podem ser alguns fatores. Segundo o dermatologista e um dos organizadores da exposição, Roberto Takaoka, a doença interfere na qualidade de vida do paciente, que também sofre com o preconceito e a falta de informação.

A prática do origami proporciona relaxamento e concentração e acaba por fazer com que o portador da dermatite atópica se coce menos. Além disso, a arte de dobrar papel melhora a autoestima, exercita o raciocínio e desenvolve a criatividade, relata Tarcila Campos, psicóloga da Clínica de Dermatologia. Segundo Takaoka, a arte é um dos instrumentos mais poderosos no processo de humanização. “É ir além da enfermidade. É enxergar o ser humano que está atrás da doença". O projeto também conta com o apoio da professora Mari Kanegae, estudiosa da arte do origami no Brasil.

A exposição pode ser vista no Instituto Central do Hospital das Clínicas, na Av. Enéas de Carvalho Aguiar, nº 255, próximo à estação Clínicas do Metrô, em São Paulo.

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