O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) começou a oferecer ensaios de corrosão em materiais refratários utilizados na indústria metalúrgica a partir de uma metodologia dinâmica inovadora no mercado. O procedimento não é realizado por nenhum instituto de pesquisa no Brasil. A técnica, desenvolvida pela pesquisadora Catia Fredericci, se aproveita da infraestrutura já existente no Laboratório de Processos Metalúrgicos (LPM) do Instituto e apresenta resultados mais condizentes com a realidade da indústria.
Fornos de indução estão na gama de equipamentos do LPM, oferecendo temperatura tão alta quanto aquelas utilizadas em fornos de aciaria industriais (até 1.700 ºC). Principalmente na produção de aço, há uma interação do rejeito do processo (escória) com a cerâmica utilizada, provocando a corrosão desta. Em seu estudo, Catia utilizou os mesmos materiais encontrados nas fábricas: escória de aciaria e refratário de magnésia-carbono.
O resultado do projeto do LPM foi o desenvolvimento de uma metodologia que utiliza fornos de indução, cuja turbulência proporcionada pelas forças eletromagnéticas fornece um caráter dinâmico ao ensaio, diferentemente do caráter estático quando se utiliza fornos de resistência (elétricos), resultando em uma medida de corrosão mais próxima das condições de uso do refratário na indústria siderúrgica. “Os ensaios em fornos de resistência podem subestimar a corrosão que acontece realmente”, diz a pesquisadora.
Da escória ao forno
Primeiro, a escória ou metal/escória é colocada dentro do cadinho de refratário. O cadinho é levado ao forno de indução, onde é aquecido a determinados tempo e temperatura. Após isso, quando o material é resfriado, é feito um corte na peça e é possível medir a corrosão a partir de análises em microscópio. Apesar de ter trabalhado apenas com escória de aciaria, a pesquisadora garante que a metodologia pode ser aplicada em qualquer tipo de escória.
Pouco depois de ter terminado os estudos, o IPT já começou a ser procurado pela indústria para a realização dos primeiros ensaios, realizados como testes da nova metodologia. “A empresa com a qual trabalhamos enviou escórias de alto-forno para análises a 1500 °C e gostou dos resultados”, completou Catia.
O serviço aumenta a eficiência das indústrias, que até então precisavam recorrer a ensaios feitos no exterior, um processo mais demorado. Além disso, os resultados dos ensaios servem como base para melhorar produtos cerâmicos e metalúrgicos.