
Veja também:
O futuro verde do lixo eletrônico
Embora poucos saibam, os resíduos gerados por materiais eletrônicos podem ter um fim ecologicamente correto
|
 |

Apesar da aparente inocência, os resíduos de microcomputadores e eletroeletrônicos em geral causam danos à saúde e ao meio ambiente
Mercúrio, chumbo, cromo hexavalente, cádmio e cloreto de polivinila. Os nomes são difíceis, mas os danos ambientais e à saúde humana que esses elementos podem causar já são facilmente identificados. São resíduos presentes em tubos de imagens de monitores e televisores, baterias de celulares e placas de computadores.
Angela Cássia Rodrigues, pesquisadora da USP cujos estudos centram-se na cadeia pós-consumo dos resíduos elétricos e eletrônicos, destaca que “as principais características comuns à maioria dos equipamentos, e que dificultam sua eventual reciclagem são: a grande diversidade de materiais presentes em um mesmo produto e a utilização massiva de substâncias químicas consideradas perigosas”.
Citando o Banco de Informações toxicológicas da ATSDR – Agency for Toxicy Substances and Disease Registry, Angela destaca que o cádmio, por exemplo, danifica os pulmões, podendo causar doença do rim, além de ser considerado carcinogênico. Já o chumbo apresenta efeito cumulativo no ambiente e produz elevados efeitos tóxicos e crônicos em plantas, animais e microrganismos. Nos seres humanos pode levar a danos nos sistemas nervoso e endócrino, além de interferir em processos genéticos causando câncer.
No entanto, a especialista enfatiza que é necessária uma reflexão mais ampla sobre a questão desses tipos de resíduo e “não somente do ponto de vista de seus resíduos e de seu potencial de contaminação na etapa pós-consumo”. Ela destaca: “Devemos começar nos questionando a alta taxa de descartabilidade, os motivos que nos levam a gerar tanto lixo dessa natureza: Serão os apelos do marketing? Será a inviabilidade do conserto? Será a obsolescência tecnológica?”.
|