

A biblioteca-circulante foi criada em 1936, quando Mário de Andrade era diretor de cultura de São Paulo
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Até o final do mês, serão implantados mais três novos ônibus-biblioteca. Cerca de 28 regiões serão atendidas
Após revolucionar a arte brasileira com a criação do modernismo e a identidade nacional com a publicação de Macunaíma, o escritor Mário de Andrade decidiu levar livros até a população da periferia da cidade de São Paulo. Era 1936 e ele acabara de assumir a diretoria do recém-criado Departamento de Cultura do Município. Com o lema "em vez de esperar em casa pelo seu público, vai em busca do seu público onde ele estiver", o escritor-diretor conseguiu que a Ford construísse um modelo de caminhonete-biblioteca que periodicamente visitava lugares como Largo da Concórdia, Jardim da Luz e a Praça da República.
Setenta anos depois, a idéia, que também percorre cidades da França e Estados Unidos, segue sobre as rodas de um ônibus e continua garantindo livros para quem quer que cruze o seu percurso em São Paulo. Por enquanto, há apenas um veículo em operação. Mas, até o fim de outubro, o projeto colocará outros três novos nas ruas e atingirá 28 roteiros diferentes.
De acordo com a supervisora das bibliotecas do Município, Marta Nosé Ferreira, em média cerca de mil pessoas passam pelo inusitado espaço. A cada roteiro, são emprestados de 2 a 3 mil volumes. Por mês, os empréstimos chegam a 60 mil. "Quanto mais periférica for a região, maior o número de empréstimos", observa. A diretora de planejamento da Coordenadoria do Sistema Municipal de Bibliotecas, Mônica da Silva Peres, concorda com Marta: “Algumas de nossas bibliotecas que ficam em áreas mais distantes do centro têm uma freqüência maior como Guaianases, com 500 usuários por dia e Vila Formosa, com 270”. |