Desde a década de 1990, os estudos sobre Grande sertão: veredas que levam em conta a história social e política brasileira partem eminentemente da análise de personagens e cenas do romance como alegorias de processos vividos no país. Este artigo retoma as formulações de Antonio Candido sobre o livro para ressaltar a potência crítica de um viés interpretativo que, trazendo para o centro da reflexão a expressão do narrador, põe em discussão leis mentais e sociais que tiveram e ainda têm vigor no Brasil.
O trabalho procura especificar o campo de problemas, objetivos, metodologia e corpus de uma tese de doutorado sobre a crítica literária brasileira acerca do Grande sertão: veredas. Observando elisões e continuidades no encaminhamento do debate a respeito do romance, na passagem de uma geração de críticos a outra, pretende-se discutir certas peculiaridades da prática crítica recente no Brasil e distinguir questões de longo alcance sobre o livro de Guimarães Rosa que permaneçam em aberto. Em síntese, o escopo da pesquisa consiste na análise crítica de uma seleção de interpretações do Grande sertão: veredas – aquelas que, seja diretamente, seja pela negativa, seja subliminarmente, apontam para correlações de ordem formal entre a obra literária e a experiência social brasileira.
En la prosa creativa del último libro de Guimarães Rosa, Menudencia [Tutaméia] (1967), aparecen imbricadas consignas de la modernización y so-ciabilización moldeadas por un pasado esclavista. Este artículo se centra en las narraciones de Menudencia, que muestran las relaciones entre, por una parte, anomia y costumbres patriarcales y, por otra, recursos, mentalidad y estética, que aparentemente los confrontan.
O artigo procura demonstrar que a tonalidade épica de Grande sertão: veredas aponta para um sentido
trágico na representação da matéria brasileira, uma vez que a composição de Guimarães Rosa sinaliza o eternoretorno de violência sistêmica, a não-superação de problemas da experiência social.
Desde meados da década de 1990, ganhou espaço
na recepção crítica brasileira de Grande sertão: veredas o questionamento
a respeito do sentido para a formação nacional
implicado na configuração do romance. O artigo confronta
proposições surgidas nesse debate em curso.
Em Tutameia, aparecem imbricadas palavras de ordem modernizantes e sociabilidade moldada por passado escravocrata. Este artigo detém-se em narrativas do último livro de Guimarães Rosa nas quais se evidenciam relações entre, de um lado, anomia e costumes patriarcais e, de outro, recursos, mentalidade e estética que aparentemente se confrontam com eles.
O artigo discute a representação literária do processo de modernização no Brasil de meados do século XX no último livro publicado por Guimarães Rosa (Tutaméia, 1967).
Este artigo tem por finalidade refletir sobre as contradições entre a forma literária – em seu processo de composição, ou seja, o trabalho do escritor – e o processo social, principalmente nos problemas que surgem na representação do outro de classe nas narrativas de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Buscou-se estabelecer na própria narrativa como São Bernardo e Grande sertão: veredas formularam questões acerca do problema da representação em nações periféricas.
O artigo procura assinalar duas das principais contribuições de Antonio Candido para uma discussão que recaia, ao mesmo tempo, sobre a forma do romance Grande sertão: veredas e sobre formas políticas e sociais marcantes na história do país.