Em “Rosa e Nietzsche: entusiasmo dionisíaco em Corpo de baile”, procura-se estabelecer aproximações entre escritor e filósofo tomando como base, sobretudo, a saga “Campo Geral” e O nascimento da tragédia. O ainda jovem pensador alemão, apaixonado pela arte, erige uma obra em defesa da celebração da vida em consonância com o bailado rosiano. Rosa e Nietzsche se irmanam na oposição (ou restrição) aos ditames da moral cristã e da lógica. Ambos consideram imprescindível a interação homem-natureza e veem na potência criadora a fonte de superação da tragicidade existencial. Ambos defendem a festividade dionisíaca de uma era pré-socrática. Os “profetas” Zaratustra e Dito são recadistas da Alegria. A pesquisa comporta também um paralelo com o pensador Edgar Morin, que vai buscar nas raízes do amor e da poesia uma concepção de mundo perdida que só a sabedoria, para além dos limites da razão e da ciência, pode recuperar.
Este trabalho tem por objetivo fazer uma leitura de dois contos (Lá nas campinas e Curtamão) e dois prefácios (Aletria e Hemenêutica e Nós, os temulentos), textos de Tutaméia, de Guimarães Rosa. O artigo analisa duas epígrafes de Schopenhauer, que insistem na releitura. Ambas estão em Tutaméia e têm sintonia com a noção de música tanto nesse pensador quanto na obra de Nietzsche. O pensamento nietzschiano, no entanto, apostando na música como arte do irrepresentável, através de aforismas e paradoxos, escapando ao conceitual e à metafísica de Shopenhauer, parece ser mais apropriado para a leitura de Tutaméia, obra construída numa escrita nômade, dionisíaca, numa festa em que há uma predominância do significante sobre o significado.
Estudo da obra Corpo de baile, de Guimarães Rosa buscando perceber como a dispersão das personagens da primeira estória, seus reagrupamentos nas novelas intermediárias e a reintegração final, formam as ranhuras que amarravam o conjunto. Além de analisar como esses elementos de composição, que sustentam a unidade do livro, têm também um fundo ideológico, ou seja, apresentam uma visão da história e uma concepção da vida e do mundo.
Este estudo estabelece uma relação de equivalência entre as expressões irrealidade, faz-de-conta e temulência, contidas no texto de João Guimarães Rosa, com os conceitos de embriaguez dionisíaca e força plástica do poeta e filósofo alemão Friedrich Wilhelm Nietzsche.
Objetiva-se a análise do conto "Sorôco, sua mãe, sua filha", de João Guimarães Rosa. Os elementos da estrutura narrativa constituirão ponto de partida para o alcance do canto dionisíaco presente ao final da narrativa. Os vínculos possíveis quanto ao tratamento dado ao trágico tanto na obra de Guimarães Rosa quanto na de Friedrich Nietzsche serão ressaltados.