Este ensaio objetiva apreender a maneira de ser dúplice do narrador presente em "O outro ou o outro" (Tutaméia: terceiras estórias), de João Guimarães Rosa: ser distanciado do narrado e, concomitantemente, participativo no mesmo.
Objetiva-se demonstrar as marcas do trágico presentes no conto "A benfazeja" (Primeiras estórias, 1962), de João Guimarães Rosa. A desmedida (hybris), a fatalidade do destino, o bode expiatório (pharmakós) constituirão o centro do enfoque. O tom persuasivo do narrador do conto rosiano está confrontado com o de Atena em "Eumênides", de Ésquilo.
Objetiva-se apresentar leitura do conto "A Estória do Homem do Pinguelo", de Guimarães Rosa. Trabalhar-se-á o papel da alteridade na constituição da identidade, seja no que diz respeito aos narradores presentes no conto, seja no que diz respeito às personagens. Concluir-se-á que, em "A Estória do Homem do Pinguelo", o conhecimento da alteridade conduz à conquista da identidade, podendo, a partir deste conhecimento, melhor efetivarem-se os desígnios já determinados pelo destino. Alcançar-se-á, pois, o vínculo do conto com o trágico.
Objetiva-se análise do conto “Droenha”, presente em Tutaméia (Terceiras Estórias) de João Guimarães Rosa. O protagonista, Jenzirico, acreditando ter cometido um crime, vê-se obrigado a fugir do universo civilizado, indo viver, sozinho, numa Serra, totalmente inserido na natureza. Gradativamente, a racionalidade, registrada enquanto o protagonista está entre pedras, vai sendo substituída por fantasmagorias, conduzindo-o às brenhas, onde anteriormente viu seu alter ego nu e desarmado. Ao final, há o retorno ao mundo civilizado, trazendo consigo, do mundo primitivo, um mocó, animal que muito o torturou, colocando sua subjetivi-dade em risco.
"Azo de Almirante", quarto conto de Tutaméia (Terceiras Estórias), efetiva-se através de dois tempos narrativos que se alternam. O primeiro deles apresenta a derradeira ação do protagonista, aquela que o conduzirá à morte, à procura do brejo situado à margem do rio. Neste primeiro tempo há o registro do final de um dia repleto de luz e também do final de uma vida marcada pela batalha, sem, no entanto, abdicar dos valores individuais. Hetério, protagonista do conto, morre feliz por auxiliar um amigo a raptar sua mulher. O segundo tempo presente na narrativa consiste na retomada da vida deste mesmo protagonista a partir do momento em que nela ocorreu uma reviravolta: uma enchente levou-lhe mulher e filhas. Deste acontecimento em diante, conforme relata o narrador heterodiegético, Hetério abandonou seu "fastio de viver, sem hálito nem bafo". Disse não a uma possível resignação fatalista frente ao destino. Adentrou-se no rio com sua canoa e posterior frota, entregando-se a um constante agi
Em "Droenha" (Tutaméia (Terceiras Estórias)), depara-se o leitor com o registro do duplo em diferentes instâncias: (1) no título do conto que no corpus se faz presente como ?pedroenga?, sendo esta duplicidade possível de ser lida graças às últimas palavras registradas na narrativa: "pedra e brenha"; (2) no nome do protagonista, ser civilizado, Jenzirico, a ter seu duplo registrado no nome de personagem primitivo, Jinjibirro, que efetivamente pratica a ação antes tentada pelo personagem principal; (3) no nome dos oponentes, Zevasco e Tovasco, cujo vínculo com o protagonista já se deu anteriormente quando o narrador em terceira pessoa conta que Jenzirico pensava seu próprio nome enquanto realidade "vasqueira".