Em relatos pessoais de João Guimarães Rosa, a autora colhe dados sobre episódios da infância e aspectos da paisagem da terra natal do escritor. Correlaciona-os com a criação ficcional, notadamente em Sagarana, segundo conceitos relativos ao fato de que as lembranças também se inventam, pois a fantasia se associa às recordações de infância na memória do adulto.
O artigo examina a recriação de notas de A boiada (diário de viagem de Guimarães Rosa) referentes ao discurso direto em " Uma estória de amor". A retomada dessas anotações, ocorrendo preferencialmente no discurso citado das personagens, reforça a presença de regionalismos lingüísticos nessa instância, sem estabelecer a dicotomia entre o discurso citado e do narrador.
Sagarana instaurou uma polêmica crítica e, ao mesmo tempo, consagrou o autor no quadro da literatura brasileira. Procuramos traçar em breves linhas a fortuna crítica de Sagarana, logo após seu lançamento) assim como as características fundamentais da poética de Guimarães Rosa, conforme suas declarações. Para demonstrar alguns dos procedimentos escriturais do autor) escolhemos fragmentos de "Sarapalha".
Este trabalho examina alguns aspectos da criação ficcional de João Guimarães Rosa, procurando identificar o modo pelo qual o Nome adquire o estatuto de palavra. A partir da análise de alguns escritos do próprio autor, pertencentes ao Arquivo Guimarães Rosa do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo ? IEB/USP, procura-se demonstrar como o escritor trabalha artifícios da língua, utilizando a fórmula poderosa da alquimia da linguagem.