JOÃO GUIMARÃES ROSA
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Pedro Vieira de Castro
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Pedro Vieira de Castro
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A dialética vencida das margens em
Grande sertão: veredas
Pedro Vieira de Castro
Littera on line, v. 7, n. 11, 2016
p. 5-24
O seguinte artigo tem como objetivo analisar o romance de Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas, através de um sertão ontológico. Em um primeiro momento, esse sertão é dividido por dualidades que atingem o ser tanto nas questões mais pontuais do romance – Os Gerais e a Bahia; os bandos de Joca Ramiro e do Hermógenes –, quanto nas mais complexas – bem e mal; luz e trevas; deus e o diabo. Conforme a narrativa vai se desenvolvendo, essas questões dialéticas, simbolizadas pelas margens do rio São Francisco, são vencidas, deflagrando um processo chamado Ritmanálise. Esse movimento tem constante relação com o termo travessia, a chave do romance para a compreensão da obra, e palavra reveladora do sertão ontológico, interior de Riobaldo, o ser-tão.
Palavras-chave do autor:
Guimarães Rosa
|
Ritmanálise
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Ser-tão
|
travessia
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O diálogo da natureza e a travessia da palavra em
Grande sertão: veredas
Pedro Vieira de Castro
Macabéa : Revista Eletrônica do Netlli, v. 10, n. 2, 2021
p. 154-173
Romance mundialmente conhecido de Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas se apresenta como um diálogo, uma vez que se inicia com um travessão inicial, porém não dá voz ao suposto receptor. Para quem, então, se está narrando? A partir desse estranhamento nos debruçamos sobre um estudo acerca da palavra diálogo, que tem como prefixo –dia e radical logos, nos levando aos primeiros pensamentos da Grécia Antiga com Heráclito de Éfeso. Os desdobramentos do lógos heraclítico abrem caminho para entender a natureza rosiana, que resgata a sua origem grega physis, bem como a palavra travessia. Esta, por conseguinte, revela múltiplas veredas pelo sertão narrado por um Riobaldo que quer saber da “matéria vertente”. Faz-se, portanto, um jogo de palavra a partir do radical vertere, que dialoga com os principais elementos poéticos de Rosa, bem como decifra o caráter transcorrente de uma estória contada por um narrador que transborda sua existência para o texto narrado, fluidamente, como um rio, semelhante ao de Heráclito, no qual não adentramos duas vezes.
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