A partir da teoria da iconicidade de Peirce, analisamos as relações entre os significados lingüísticos e a representação da experiência por intermédio da produção escrita. O levantamento dos lexemas, dos semas e dos tipos sígnicos é a estratégia utilizada para determinar o poder de condução do leitor à mensagem básica em Meu tio o Iauaretê, de G. Rosa. Os signos são identificados como orientadores ou desorientadores da leitura, e o vocabulário ganha realce nesta análise lexicológico-semiótica, que objetiva estimular a exploração do texto literário e a investigação do léxico distribuído por domínios semânticos, com vistas ao enriquecimento do repertório do leitor e à ampliação de suas possibilidades de representação das experiências.
O presente estudo objetiva um exame da camada fônica do conto DESENREDO em diálogo com as imagens criadas por seu autor tanto para os personagens quanto para as situações por eles vividas na trama. A autora da análise busca dar uma interpretação estilística para as escolhas fonêmicas feitas por G. Rosa na composição do conto em exame, com vistas a produzir um roteiro de leitura possível para esta narrativa. A analista lança mão de pressupostos Semiótica de PEIRCE (1990), da Teoria da Carnavalização (BAKTHIN, 1981) e Fonêmica mattosiana (1977).
Análise estilístico-semtótica do léxico de Tresaventura de Guimarães Rosa, no intuito de demonstrar que o vocabulário ativado no texto, a partir das escolhas do autor, produz a iconicidade. Esta, por sua vez, orienta o leitor na construção de imagens mentais que podem representar o mundo narrado ou induzir o intérprete a inferir ou construir implicaturas. A semiótica de Peirce, funcionalismo sistêmico de Halliday e a semântica componencial de Pottier são as bases teóricas que fundamentam a análise proposta. A compreensão do texto literário é demonstrada como um rico cxercício lingüístico-textual, uma vez que explora toda a potencialidade do sistema posto em jogo: a língua portuguesa. A trajetória da personagem Dja Iaí permite ao leitor discutir a estruturação língüística em perspectiva pancrônica e deduzir hipóteses comunicativas que conduzem à construção de mundos semióticos distintos, em função da perspectiva privilegiada tanto pelo autor, quanto pelo intérprete, das quais emergem os campos semânticos que emolduram o tema.