O objetivo desta dissertação é analisar a obra romanesca de João Guimarão Rosa, Grande Sertão: Veredas, numa perspectiva estética. Essa abordagem se dá pela dimensao pluri e complexa da obra, sendo ela uma fonte inesgotável de análise. Um dos aspectos fundamentais a ser investigado em Grande Sertão: Veredas é a plurifacialização da linguagem que se dá na abstração e no jogo da criação. De modo sistemático e investigativo, serão apontadas algumas possibilidades de análise das manifestações plurais da linguagem em seu processo de reconstrução e reinvenção. Sob vários aspectos, a linguagem é objeto de estudo para a compreensão de si e do mundo. Neste sentido, as análises, tanto filosóficas quanto linguísticas, são importantes para estudar um projeto experimental de criação como esse em Grande Sertão: Veredas. Por se tratar de uma linguagem criativa e viva, torna-se difícil tirar conclusões sobre ela, isto seria matá-la. Assim, para estudá-la é melhor seguir correntes críticas contemporâneas, nas quais a língua é intuída em seu poder vivo e dinâmico de criação. Por suas variadas possibilidades significativas e inúmeras inovações semânticas em Grande Sertão: Veredas, as palavras não desgastam com o tempo, mas ressignificam-se a cada nova leitura. O leitor se torna sujeito da significação, ao estabelecer novas elaborações semânticas, instauradoras de muitas veredas de sentido, de um sentido que nunca conclui, pois o sertão, no presente caso, é múltiplo e aberto, ensejador dos mais díspares significados metafísicos que acabam angustiando o ser em face dos desafios, advindos do mundo em geral e de seu próprio mundo.