A partir da descrição da estrutura de Tutaméia (1967), de Guimarães Rosa,
este artigo se propõe a analisar Curtamão, sétima narrativa do livro. A fortuna crítica
sobre o conto tem ressaltado principalmente o uso de metalinguagem e a tematização da
natureza sagrada da literatura. Enfatizamos sobretudo esse segundo aspecto ao
explicitar a simbologia religiosa empregada. Observamos também traços de
modernidade, tanto estética quanto social, compatíveis com a ambiguidade do conto e da
produção rosiana em geral: não se opõe à História tampouco se prende a ela.