Este artigo busca situar o jornalismo literário enquanto disciplina de saberes complexos e transdisciplinares, necessária à formação de todo jornalista. Busca entender e integrar a prática da narração aos problemas dos níveis de realidade. Os conceitos de literatura de complexidade e de transdisciplinaridade servem de base à nossa reflexão. Com o conto “Com o vaqueiro Mariano”, trazemos a literatura de João Guimarães Rosa e suas relações com os saberes jornalísticos, desde a noção de entrevista, passando pelo sistema de produção e circulação da informação até as técnicas de apuração que o autor empregava. Por fim, concluímos que o jornalismo literário permite não só situar o jornalismo no circuito da comunicação, mas também, e de forma ampliada, estender o circuito da comunicação à sua dimensão cultural, em seu papel pedagógico relevante para qualquer área do conhecimento.
Propomos uma leitura do “Liso do Sussuarão”, descrito em Grande sertão: veredas, como território imaginal. Face às considerações teóricas de Bolle (2004) sobre a geografia como sistema de pensamento e de Corbin (1976) sobre “mundus imaginalis”, abordamos a questão dos nomes. Concluímos que, no romance, os problemas da linguagem unem-se àqueles dos limites, das fronteiras e do território para formar um mundo intermediário.