Problematização dos limites humano/animal a partir do conto “Meu tio o Iauaretê” de Guimarães Rosa. Ao explorar a noção de limite e a análise de mitologias que abordam o humano/animal, pretendemos circunscrever a presença da cultura indígena latino-americana e dessa mitologia no conto de Rosa. Analisaremos a presença do imaginário do jaguar nessa cultura e, para tanto, utilizaremos uma metodologia descritiva e interpretativa. Nossas conclusões apontam para a superação e a ultrapassagem desses limites pelos personagens rosianos no conto em questão.
Este artigo busca situar o jornalismo literário enquanto disciplina de saberes complexos e transdisciplinares, necessária à formação de todo jornalista. Busca entender e integrar a prática da narração aos problemas dos níveis de realidade. Os conceitos de literatura de complexidade e de transdisciplinaridade servem de base à nossa reflexão. Com o conto “Com o vaqueiro Mariano”, trazemos a literatura de João Guimarães Rosa e suas relações com os saberes jornalísticos, desde a noção de entrevista, passando pelo sistema de produção e circulação da informação até as técnicas de apuração que o autor empregava. Por fim, concluímos que o jornalismo literário permite não só situar o jornalismo no circuito da comunicação, mas também, e de forma ampliada, estender o circuito da comunicação à sua dimensão cultural, em seu papel pedagógico relevante para qualquer área do conhecimento.
Jornalismo e Literatura. Guimarães Rosa. Biografia. Este artigo insere-se no conjunto de estudos e pesquisas denominado “Perfil biográfico de João Guimarães Rosa (1908-1967)”, projeto desenvolvido pelo Grupo Siruiz - Estudos Comunicação e Produção Literária (CNPq/UnB). Trata-se de um recorte específico da relação do escritor mineiro com a imprensa, analisando suas ligações com repórteres, editores e empresários de comunicação, além de sua aversão a entrevistas, entre os anos de 1947 e 1967. Interessam aqui as aparições, presenças e relações de proximidade que o autor mantinha e cultivava com a imprensa em seu tempo.
Este artigo visa analisar, contextualizar e criticar as razões da não repercussão entre estudiosos brasileiros do perfil literário de Guimarães Rosa feito por Luis Harss e Barbara Dohmann para o livro Los nuestros (1966). O escritor é o único brasileiro entre os dez entrevistados pelos autores, todos latino-americanos. A obra tornou-se uma das principais referências no meio acadêmico do chamado “boom latino-americano” na década de 1960.
O presente artigo dedica-se ao estudo do léxico, imaginário e estética da Umbanda em "O recado do Morro" (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967). Com apoio em breve panorama histórico e antropológico, este ensaio busca identificar imagens, imaginários, termos e expressões que, nesse conto, apontam indicial e ludicamente para as relações poéticas e ontológicas de Guimarães Rosa com a cultura e as práticas da espiritualidade afro-brasileira. Para tanto, utilizamos as ferramentas teóricas da hermenêutica, da filologia, da estilística e dos estudos do imaginário. O vocabulário empregado por Rosa, nesse conto, converge com aquele que define práticas e características da Umbanda, como se demonstra no glossário circunstanciado e comentado. Nossa conclusão é voluntariamente aberta e aponta para a necessidade de ampliação das pesquisas no entrecampo da cultura afro-ameríndia e da literatura rosiana.