É este um estudo sobre os prazeres da mesa na vida e obra de Guimarães Rosa. Serão aqui analisados tanto os cadernos de receitas culinárias de sua esposa, Aracy, quanto os romances “Dão-Lalalão” e “Buriti”, de João Guimarães Rosa. Nossa hipótese era que as receitas poderiam trazer à tona a cozinha mineira. Descobrimos que a vida doméstica era o espaço onde se cultivava a culinária cosmopolita alemã, enquanto a literatura rosiana era o espaço onde se preservava a culinária regionalista mineira. Descobrimos também um convite das receitas para o amor, que aparece tanto nos nomes de doces, quanto nos romances de Noites do sertão. Afinal, a psicanálise mostra que o ato de comer busca a satisfação da fome e do amor.
Problematização dos limites humano/animal a partir do conto “Meu tio o Iauaretê” de Guimarães Rosa. Ao explorar a noção de limite e a análise de mitologias que abordam o humano/animal, pretendemos circunscrever a presença da cultura indígena latino-americana e dessa mitologia no conto de Rosa. Analisaremos a presença do imaginário do jaguar nessa cultura e, para tanto, utilizaremos uma metodologia descritiva e interpretativa. Nossas conclusões apontam para a superação e a ultrapassagem desses limites pelos personagens rosianos no conto em questão.
O presente trabalho se propõe a inventariar as aves citadas no romance Grande sertão: veredas, classificando seus usos e traçando um panorama do processo criativo que as levou até as páginas do livro. Nosso objetivo é desvelar a natureza da representação da avifauna na obra, uma alternativa de leitura ecologicamente consciente que se opõe à perspectiva antropocêntrica que retrata os elementos da natureza de forma opaca e pitoresca. Acreditamos que uma abordagem ecocrítica nos permite reconhecer novos aspectos do complexo processo de criação rosiano, um amálgama de ciência natural e cultura popular originando uma mimese da natureza que fecunda diversos outros motivos dentro da obra.